O anti-semitismo da teoria crítica da raça

Por Ellie Krasne

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A teoria crítica da raça (TCR) é uma ideologia popular da esquerda que pretende explicar as desigualdades sociais que impedem grupos raciais e étnicos minoritários de alcançarem o sucesso social e econômico. Enquanto se apresenta como algo que luta contra o preconceito, um olhar mais próximo revela que a TCR é força motriz por trás de grande parte do anti-semitismo de esquerda hoje.

O mais claro exemplo disso ocorreu no ano passado, em um protesto Black Lives Matter em Washington, DC. Gritavam “Israel, nós sabemos que você mata crianças também”, e um estudante de Harvard leu um poema chamando Israel de “mestre dos fantoches dos continentes”, evocando o estereótipo dos judeus maus que manipulariam a política global.

A linguagem utilizada aí não pode ser atribuída à leviandade juvenil, pois tais estereótipos também têm seu caminho já pavimentado nos corredores Congresso americano.

Em 2019, a deputada Ilhan Omar (Democrata-Minnessota) parafraseou uma letra de rap popular, “tem  tudo a ver com os Benjamins, baby“, num tweet para evidenciar sua política anti-Israel. O tweet se referia ao dinheiro e ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e fazia uso do clichê anti-semita de que os judeus, com seu dinheiro, exerceriam uma influência desproporcional na política.

Omar, uma congressista norte-americana devidamente eleita, abraçou a velha narrativa anti-semita de que ricos e poderosos judeus manipulam nosso sistema político para seu próprio ganho, contra o bem comum. Os proponentes esquerdistas da TCR podem se ver lutando contra a opressão, mas as conclusões lógicas de sua ideologia são estereótipos e ódio que têm os judeus como alvo.

A TCR também sugere que raça, gênero e outras variantes identitárias são “construções sociais” que sustentam sistemas maiores de opressão. Os homens brancos – em virtude de seu sexo masculino e da cor da pele clara – são opressores duas vezes, enquanto as mulheres negras são duas vezes oprimidas e as mulheres brancas são opressoras dos negros, mas ao mesmo tempo oprimidas pelos homens brancos.

Segundo a TCR, dentro desse sistema, o sucesso é possível, mas somente se alguém entrar no sistema que os teóricos raciais críticos acreditam que oprime pessoas de cor. Assim, se um indivíduo oprimido obtém sucesso, ele ou ela se torna um opressor, pouco importando sua identidade.

Como se isso já não fosse ruim o bastante, os teóricos da TCR geralmente erram ao presumir que todos os judeus são brancos, e, portanto, “privilegiados” por causa de seu suposto poder econômico.

Graças à diáspora judaica e às conversões, há uma grande variedade étnica entre os judeus; há judeus indianos, etíopes, do norte da África e do leste asiático, bem como os de ascendência da Europa Central. A teoria racial crítica, no entanto, tende a negligenciar essa nuance em favor do velho ditado de que os judeus são brancos, ricos e, portanto, ainda mais “privilegiados” do que outros brancos.

Além disso, por causa de tal privilégio, os judeus – que padeceram um genocídio no século XX – não podem ser vítimas de preconceitos implícitos. Isso é realmente incrível, pois segundo o FBI, os judeus representam 60% de todas as vítimas de crimes de ódio de base religiosa.

Com base na lógica perversa da teoria crítica da raça, os judeus são, primeiramente, membros da classe opressora, sendo culpados por qualquer maldade contra qualquer grupo não-branco feito por qualquer pessoa branca. Simplificando, a TCR repetidamente classifica os judeus como tendo um sucesso econômico desproporcional, mesmo em relação a outras pessoas brancas, e esse suposto sucesso faz deles os piores dos opressores capitalistas.

Há muito tempo o anti-semitismo descreve os judeus como mestres de marionetes racialmente inferiores e extremamente inteligentes que controlam sub-repticiamente bancos, políticos e mídia. O exemplo mais claro disso foi na Alemanha nazista: os judeus foram visados por serem uma raça inferior e por terem um controle exagerado da vida política, econômica e intelectual alemã. A TCR faz muito do mesmo.

Isso, somado ao anti-semitismo, visa os judeus e os culpa por supostas mazelas sociais. Mas o objetivo não é simplesmente ódio ao povo judeu; é derrubar a ordem cívica. Os judeus são apenas o bode expiatório.

 

Ellie Krasne é gestora de programas e eventios públicos da Heritage Foundation.

Publicado no Daily Signal.
Tradução e edição: Editoria MSM

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