Comunismo: KGB da Bielorrúsia assassina dissidente na Ucrânia

Por Luis Dufaur

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Foto: Foram encontradas marcas de espancamento no rosto de Vital Shysov, e Hristo Grozev, da agência investigativa Bellingcat, garante que oficiais russos do FSB estão infiltrados na oposição bielorrussa na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o ex-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Pavlo Klimkin, em consonância com analistas e ativistas, afirmou acreditar que Shyshov foi morto pelos serviços de inteligência da Bielorrússia.

 

O jovem bielorrusso Vital Shyshov que ajudava seus compatriotas fugitivos da ditadura de seu país natal foi encontrado enforcado em um parque de Kiev, capital da Ucrânia, onde costumava correr, segundo o Yahoo! Notícias.

Vital, 26 anos, dirigia a ONG Casa Bielarussa na Ucrânia (BDU, na sigla em inglês). A polícia de Kiev suspeita ser um caso de homicídio disfarçado de suicídio.

O crime teria sido ordenado pelo regime do ditador da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e executado pela KGB, agência de subversão, polícia política e serviços secretos que conserva o velho molde soviético e, na Bielorrússia ainda tem o mesmo nome que na Rússia Putin trocou por FSB.

Shyshov foi advertido de possíveis agressões, sequestros ou até homicídio. Ele se sentia vigiado desde que deixou seu país natal, em 2020.

“É uma mensagem para todos os bielorrussos que estão no exterior” disse Volha Yermalayeva Franco, representante no Brasil da oposição à ditadura da Bielorrússia .

Há pouco mais de dois meses, outro exilado da Bielorrússia , o blogueiro Roman Protassevich, foi sequestrado e preso pelo regime, quando viajava num voo comercial, que foi interceptado por um caça bielorrusso e forçado a pousar no aeroporto de Minsk, a capital. Ali, Protassevich foi retirado do avião à força. Não se tem notícias dele, de sua noiva e acompanhantes presos na mesma ocasião (Cfr. Caça bielorrusso intercepta avião de passageiros e sequestra opositor.)

Muitos bielorrussos fogem para a Ucrânia, Polônia e Lituânia, por causa da brutal repressão aos dissidentes na ex-república soviética tiranizada com punho de ferro desde 1994 por um apaniguado de Vladimir Putin.

Muitos fugiram da repressão ao regime de Lukashenko, às vezes nadando em rios e rastejando por lama para cruzar ilegalmente a fronteira com a Ucrânia, segundo a CNN.

Centenas de milhares de bielorrussos animaram passeatas de protesto em todo o país depois que Lukashenko declarou sua vitória em eleições em agosto de 2020. Foram algumas das maiores manifestações da história do país. (Cfr.  Bielorrússia na orla do precipício).

O movimento de protesto foi reprimido com prisões em massa, exílio forçado de oponentes e o desmantelamento de várias ONGs e meios de comunicação independentes.

Mais de 30 mil manifestantes pacíficos desarmados foram detidos. Ao menos ainda 506 continuam presos podendo ser condenados em processos fraudados, acusados de criminosos ou contrarrevolucionários pagos pelo Ocidente, de acordo com a entidade de direitos humanos Viasna.

As vítimas brutalmente reprimidas relataram abusos e torturas. O ditador bielorrusso chegou a interditar hino nacional, que invoca Deus.

Imagens de câmera corporal, fornecidas por desertores da força policial, mostraram a violência da tropa de choque contra manifestantes desarmados, muitos deles adolescentes.

Putin tem pânico de que o movimento patriótico independentista que afastou a Ucrânia de sua opressão, possa ser repetir em mais algum outro país.

Putin ameaçou até enviar tanques para sufocar as imensas manifestações pacíficas bielorrussas.

Nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio, a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya se recusou a embarcar de volta para seu país e se afastou da competição após ser ameaçada com a repatriação forçosa por criticar o tirânico governo nas redes sociais.

A atleta de 24 anos se refugiou na embaixada polonesa, onde obteve visto humanitário, informou El Mundo, de Madri.

E não foi o único caso. Vários atletas foram presos pelo regime do ditador Aleksandr Lukashenko desde a eleição presidencial que a opinião pública considera fraudada.

Do blog Flagelo Russo.

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