Chile: Rumo à dissolução?

Por Luis Dufaur

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A Convenção que redigirá a futura Constituição do Chile começou com um ambiente de anarquia nas ruas.

As cartas estão marcadas: a maioria dos constituintes anuncia a primeira lei fundamental do mundo pela igualdade de gênero; os 10 povos indígenas representados por 17 deputados querem a autonomia.

Para o o cientista político da PUC chilena Juan Pablo Luna, haverá uma “mudança de lógica” que transformará a vida cotidiana. Leia-se, prevalecerá a falta de lógica, o absurdo.

A bancada do bom senso não atingiu o terço necessário para vetar as leis descabeladas propostas por grupos que não harmonizam suas esdrúxulas propostas e levam o país para a corrosão social, política e para o caos.

A líder indígena mapuche Elisa Loncon (foto ao lado) presidirá a Convenção, fato inédito na história do Chile.

Loncon, participou da onda de manifestações incendiárias e predatórias inclusive de igrejas que começou em outubro de 2019 e exigiu uma nova Constituição.

“A Convenção vai transformar o país num Chile plurinacional, multicultural, que não atente contra os direitos das mulheres, das que cuidam da Mãe Terra [a “Pachamama”], que também limpa as águas, contra toda dominação — disse Loncon, em seu discurso de posse, citado no jornal O Globo em 5 de julho.

Marco Moreno, da Universidade do Chile frisou que a escolha da líder tribal e panteísta faz “um retrato do Chile de hoje. Loncon é o Chile real”.

Na eleição de maio, os partidos conservadores não conseguiram o número de cadeiras que lhes permitiria vetar a agenda LGBT, tribalista e anárquica que a caótica maioria anuncia para a futura Carta.

Não espanta que o “Chile real” formado por grupos independentes de esquerda e indígenas tenha inaugurado as sessões com confronto aberto contra as forças de segurança e tentado invadir o prédio criando grande tensão, obrigando a suspender a cerimônia, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo.

O temor é de que as discussões naufraguem na confusão sem se chegar a um texto que atenda as expectativas de cordura acalentadas pela maioria dos chilenos.

Se não for atendido esse pressuposto de coesão do país que está na razão de ser de toda pedra fundamental que é a Constituição, o Chile se encaminhará para a própria dissolução.

Esse é o objetivo, aliás, dos teorizadores de uma América Latina tribal e anárquica e que foi tantas vezes proposto pelos arautos do Sínodo do Amazonas, não apenas para essa região, mas para o mundo todo.

 

Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional, é sócio do IPCO e editor de diversos blogs, dentre os quais o ‘Acontecendo na América Latina‘.

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1 comentário
  1. Daniel Diz

    Mas eles são os inimigos declarados da sociedade civilizada! Quem poderá nos salvar da barbárie vermelha?

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