Escrevo esta coluna ao voltar para casa, na Califórnia, após cinco dias na Flórida. Pela primeira vez desde minha primeira viagem a Los Angeles, em 1974, e me mudando para lá dois anos depois, temi ir para a Califórnia.
Naquela primeira viagem, como um nova-iorquino de 25 anos, experimentei a empolgação palpável olhando para o avião da American Airlines no aeroporto JFK e vendo “Los Angeles”. Para a maioria dos americanos, o próprio nome “Califórnia” suscitava entusiasmo, admiração e até inveja dos californianos e, acima de tudo, liberdade.
Enquanto a América sempre representou a liberdade, dentro da América, a Califórnia exemplificou a liberdade acima de tudo.
No entanto, cá estou, vivendo em um estado onde reina a corrupção (um dos mais importantes políticos democratas do último meio século me disse, anos atrás, que os políticos na Califórnia são a fachada; o verdadeiro poder na Califórnia é exercido pelos sindicatos) e onde, durante nove meses, a vida normal foi extinta, escolas foram fechadas e pequenos negócios foram destruídos em números sem precedentes.
Nesses últimos cinco dias em que estive na Flórida, um estado governado pelo partido pró-liberdade, fui a qualquer lugar que quis. Em primeiro lugar, eu poderia comer dentro e fora de restaurantes. Em um deles, quando me levantei para tirar fotos de pessoas jantando, um cliente que me reconheceu se aproximou e disse: “Suponho que você está apenas tirando fotos de pessoas comendo em um restaurante”. Era exatamente o que eu estava fazendo. Até levei meus dois netos para uma pista de boliche, cheia de pessoas se divertindo jogando também uma miríade de jogos de fliperama, além do boliche.
Nada disso é permitido em quase toda a Califórnia. Ela está se tornando um estado policial, enraizado no engano e na irracionalidade.
Restaurantes foram fechados (exceto para pedidos de comida para viagem), mesmo para refeições ao ar livre, sem nenhuma razão de natureza científica. Depois de ordenar o fechamento dos restaurantes do condado de Los Angeles, as autoridades de saúde do condado reconheceram no tribunal que não tinham evidências de que jantar ao ar livre seria perigoso; eles ordenaram o fechamento de restaurantes, mesmo para jantares ao ar livre, apenas para manter as pessoas em casa.
A afirmação da esquerda de que “segue a ciência” é mentira. A esquerda não segue a ciência; segue cientistas com os quais concorda e descarta todos os outros cientistas como “anticientíficos”.
A ciência não diz que comer dentro de um restaurante a pelo menos seis pés de outros clientes, muito menos do lado de fora, seja potencialmente fatal, mas que comer dentro de um avião a centímetros de estranhos é seguro.
A ciência não diz que protestos em massa durante uma pandemia (quando as pessoas são constantemente informadas sobre a distância social) são um benefício para a saúde, mas cientistas de esquerda dizem que sim – quando dirigidos “contra o racismo”. Em junho, Jennifer Nuzzo, epidemiologista da Johns Hopkins, tuitou: “Neste momento, os riscos para a saúde pública de não protestar para exigir o fim do racismo sistêmico excedem em muito os danos do vírus”. Ela citou o ex-chefe do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), Tom Frieden: “A ameaça ao controle do Covid de protestos externos é pequena se comparada à ameaça ao controle do Covid criada quando os governos agem de forma a perderem a confiança da comunidade. As pessoas podem protestar pacificamente E trabalhar juntas para impedir o Covid-19. A violência prejudica a saúde pública. ”
Até mesmo o The New York Times, em julho, reconheceu o duplo padrão: “Especialistas em saúde pública condenaram os protestos contra o bloqueio como reuniões perigosas em uma pandemia. Os especialistas em saúde parecem menos confortáveis fazendo isso agora que as marchas são contra o racismo ”.
A ciência não diz: “homens dão à luz” ou “homens menstruam”. Mas a esquerda argumenta rotineiramente que “a ciência diz” essas coisas e que “a ciência diz” que há mais de dois sexos, muitos mais.
A última vez que me senti deixando uma sociedade livre e entrando numa não-livre foi quando visitei os países comunistas do Leste Europeu. Como estudante graduado em comunismo, durante a Guerra Fria, eu viajaria pelos países conhecidos como satélites soviéticos: Polônia, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Hungria, Romênia e Bulgária. No meio de minhas viagens, eu parava na Áustria para respirar ar livre.
Nunca imaginei que um dia experimentaria algo semelhante na América, a “Terra dos Livres”, a terra da Estátua da Liberdade e do Sino da Liberdade. Mas fiz ontem, ao sair da Flórida e voltar para a Califórnia.
Não há dúvida de que a América está se tornando, se é que ainda não se tornou, dois países: um que valoriza a liberdade, seja das pequenas empresas sendo autorizadas a operar às pessoas poderem dizer em que acreditam, e um outro, que despreza desde a liberdade de comer em restaurantes à liberdade de expressão.
Quase diariamente, amigos de todo o país e pessoas que ligam para meu programa de rádio nacional me perguntam se pretendo ficar na Califórnia. Se não fosse por todos os amigos próximos que aqui moram e a sinagoga que eu e alguns amigos fundamos, a resposta seria não. Mas em um dado momento, tenho certeza de que deixarei este satélite soviético por um estado livre.
A questão maior e muito mais importante é: por quanto tempo os estados soviéticos da América e os estados livres da América permanecerão sendo os Estados Unidos da América?
Publicado no PJ Media.
Tradução: Editoria MSM
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Longa vida para Olavo de Carvalho e MSM !
Sinagogas pertencem a Satã, segundo Jesus Cristo.