Uma ameaça real e imediata

Por Marcelo Sá Monte

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Foto: Memorial às Vítimas do Comunismo, em Praga, República Tcheca, do escultor Olbram Zoubek com os arquitetos Jan Kerel e Zdenek Holzel.

 

O comunismo é uma ameaça real e imediata às nossas vidas, nossas liberdades e nosso direito à propriedade. Precisamos conhecê-lo para podermos combatê-lo e não apenas ficarmos apagando os incêndios, sempre de forma inadequada, sem nem ao menos entendermos suas reais causas.

Muitos acreditaram que o comunismo havia acabado com a queda do Muro de Berlin, no final dos anos 80, mas isso foi apenas uma cortina de fumaça. O sistema econômico soviético fracassou (a economia socialista é inviável por natureza) e seu regime ditatorial falido já não serviria mais em tempos modernos. Não tinham como vencer a Guerra Fria, o modelo stalinista se esgotou, então fizeram da queda uma retirada estratégica. Estava na hora de adotar outros meios, silenciosos, graduais, não violentos, para implantar o comunismo no mundo, dando prosseguimento a grande marcha, agora feita pelas sombras.

O mundo viu na queda uma vitória. Ledo engano.

Desde a década de 30, intelectuais comunistas vêm elaborando novos métodos de subversão através da infiltração gradual, pois sabiam que processos revolucionários armados são caros e de resultados muito incertos. Podemos destacar três principais:

(1) Antônio Gramsci, ideólogo comunista Italiano, inaugurou o marxismo cultural, propondo a tomada comunista da sociedade através da infiltração dos meios culturais, e não pelo sequestro dos meios de produção. Tomar as escolas e universidades é mais importante que tomar os quartéis;

(2) os socialistas fabianos seguiram linha semelhante, na qual o processo seria a conquista gradual das instituições do estado, até o ponto de todos viverem sob o socialismo, sem perceber. (N.do. E.: A Sociedade Fabiana foi fundada, na verdade, em 1884.) Vem daí a social-democracia;

(3) os frankfurtianos (Intelectuais da Escola da Frankfurt), judeus comunistas que fugiram da Alemanha nazista para os EUA, que, como Gramsci, desenvolveram as ideias semelhantes de revolução cultural, mas multiplicando a luta de classes em todas as relações humanas, entre homens e mulheres, negros e brancos, pais e filhos, “Cis” e “trans”, etc., em uma matriz infindável de relações conflituosas, sempre sob a ótica de “opressores e oprimidos”. Questões atuais como “ideologia de gênero”, o “politicamente correto”, o “discurso de ódio”, “movimentos identitários”, “movimentos sociais”, opressão da sociedade “patriarcal”, a terceira onda do “feminismo”, o ambientalismo militante, o “veganismo”, entre outras, não caíram do céu por acaso, são as fagulhas da transformação gestadas pelo marxismo cultural. Seu objetivo é destruir os fundamentos da sociedade ocidental, a família, a moral judaico-cristã, a história e, consequentemente, toda a propriedade privada, toda a liberdade individual, para então poderem reinar.

As novas ideias se propagaram e foram semeadas por todo o mundo e o novo processo de tomada comunista foi iniciado, de forma distribuída e sem pressa. Precisariam de pelo menos uma geração gestada sobre esses novos preceitos para atingirem a massa crítica necessária para a transformação, cerca de 30 anos.

No Brasil, com a abertura democrática e a nova Constituição de 1988, de cunho essencialmente socialista, foram criados o PT (N.do. E.: na verdade, fundado em 1980) e o PSDB, que dominariam o cenário político, fingindo uma falsa dicotomia entre direita e esquerda. Na América Latina, os movimentos de esquerda se uniram para formar o Foro de SP, sob o comando de Lula, Fidel Castro e Hugo Chávez, visando criar a Pátria Grande, uma espécie de União Soviética Latina. No mundo, o multilateralismo comercial seria a porta de entrada para o fim das soberanias nacionais. ONU, União Européia e outros organismos foram igualmente controlados, aparelhados e instrumentalizados, impondo a influência política em sobreposição à econômica. China e Rússia tiveram processos próprios, adaptando seu comunismo aos preceitos do neoliberalismo.

E não para por aí: os monopólios tecnológicos e as grandes fortunas (já ouviu falar dos globalistas e de George Soros?) não ficariam de fora. Um exemplo são as principais redes sociais, monopólios globais, que foram tomadas pelo “progressismo”, um termo bonitinho para designar o socialismo.

A “fraudemia” do Partido Comunista Chinês dá um capítulo à parte; os governos socialistas do mundo estão aproveitando a crise para subjugar seus povos, destruindo suas economias e confiscando suas liberdades, sob a desculpa de “salvar vidas”. O template veio pronto, respaldado pelo puxadinho do PC chinês, a Organização Mundial da Saúde, e por muita “ciência”! Vejam também a Argentina, uma catástrofe mais que anunciada.

Todos os conflitos que estamos presenciando hoje no mundo ocidental, todas as ações de tensão social, tiveram suas origens nessa revisão do comunismo internacional. O que acontece nos EUA, Brasil, Venezuela, Europa, Argentina, entre outros, é reflexo dessa ação comunista gradual e teve as mesmas origens. Ora, se não entendermos as origens, as raízes desses conflitos, estaremos condenados a uma luta incessante e exaustiva contra as consequências. Se quisermos de fato apagar esse fogo, precisamos conhecer o inimigo.

 

Marcelo Sá Monte edita a página “O bom reacionário” no Facebook.
Divulgação: puggina.org

 

 

6 Comentários
  1. Daniel Diz

    Basicamente, ou se articula um levante contra os comunistas, o que não vai acontecer, ou se foge em quanto há tempo

    1. D503 Diz

      Fugir para onde?

  2. […] Uma ameaça real e imediata […]

  3. Priscila Diz

    Artigo perfeito!
    Não é extenso, porém muito rico em informações para entender a configuração do mundo atual.
    Achei brilhante!

  4. Tess Diz

    Não basta só conhecer o inimigo e seu objetivo maior: nada a ver com as classes operárias, os pobres, a justiça social. O objetivo único da esquerda é controlar o PODER mundial por uma elite tão bilionária quanto minoritária. E a direita, teria também esse “sonho” criminoso? É preciso criar esta mesma intelectualidade, determinismo e paciência da direita que a esquerda teve para infiltrar na cultura e cooptar o Estado. Mas a direita é, tradicionalmente, menos bélica, mais acomodada (ou seria alienada) e sem plano algum a não ser defender seus costumes e propriedades. Ela precisa urgentemente saber o que quer quando no Poder, definir claramente o seu objetivo e formar seus líderes. JÁ! Ou estamos fadados ao eterno fracasso.,

  5. Renato rovaris Diz

    Marcelo, parabéns pela síntese, a direita mundial deverá se levantar, o povo seguirá pela consciência da verdade. Cada cidadão mundial, deverá dar sua contribuição.
    Seja na Paz ou na Guerra. Não pensemos que será fácil, mas uma batalha eterna.

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