Notas sobre o fascismo
Por Olavo de Carvalho
O marxismo não pode explicar o fascismo corretamente, pelo simples fato de que não é um exame científico e sim uma mera ideologia totalitária concorrente. Noventa e nove por cento do que se diz do fascismo no Brasil são verborréia comunista: não se destinam a descrever o fascismo, mas a usá-lo como espantalho para convencer as pessoas aterrorizadas a buscar refúgio no comunismo.
(Em 8/5/20.)
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Bruno Frederico Müller, autor do artigo da Fôia sobre “fascismo bolsonarista”, não é uma pessoa intelectualmente séria ou respeitável, mas é indiscutivelmente um leitor constante e devoto do jornal onde escreve, uma mente típica moldada pelas técnicas de “framing” daquela mídia. Por isso e só por isso talvez seu artigo mereça análise numa das minhas próximas aulas.
O traço mais inconfundível de tudo quanto os cérebros acadêmicos e jornalísticos deste Brasil dizem sobre fascismo é: NUNCA CITAM UM ÚNICO LIVRO FASCISTA. Toda a sua idéia do “fascismo” é criação de intelectuais esquerdistas, JAMAIS DE FONTES PRIMÁRIAS. Em suma: não têm a menor idéia do que é fascismo, limitam-se a imaginá-lo segundo as necessidades e conveniências da propaganda esquerdista de ontem e de hoje.
Eu sei que é um saco, mas li um bocado de livros fascistas e… sabem no que deu? Descobri que o fascismo é igualzinho à mente esquerdista brasileira — o que é um bom motivo para que ninguém na esquerda queira citar esses livros.
Charles Maurras, por exemplo, é um autor com o qual não tenho a menor afinidade e cuja leitura, para mim, é puro sofrimento. Mas lê-lo foi muito útil para confirmar que o grande historiador do fascismo francês, Zeev Sternhell, tinha cem por cento de razão ao chamar essa corrente política de “ni gauche ni droite”.
Vasculhem tudo o que escrevi e disse ao longo das décadas e não encontrarão uma só palavra onde eu descreva aquilo que, no meu entender, seria um “regime ideal”. Ora, propor um regime ideal é a ocupação por excelência dos ideólogos, sendo esta, e não por coincidência, a razão pela qual a leitura de Charles Maurras só me dá sono — ele é o ideólogo por excelência, o dirigente mental de uma militância organizada. Mas, por essa mesma razão, está claro que não sou nem jamais quis ser um ideólogo, e que rotular-me por esse termo é puro expediente pejorativo forçado até o limite da palhaçada circense.
O autor do artigo sobre “fascismo bolsonarista” na Fôia de ontem escreveu um romance, “O Espelho Partido”, que ou é cópia descarada do título de um clássico de Marques Rebelo — um dos principais romances brasileiros — ou é plágio inconsciente, prova de radical incultura literária.
(Em 1ᵒ/7/20.)
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Descontado o contraste inicial entre internacionalismo e nacionalismo, que o tempo se encarregou de amortecer, a principal diferença entre socialismo e fascismo é que o primeiro, construindo os mais opressivos sistemas de controle totalitário e assassinato em massa que o mundo já conheceu, continuou sempre se alardeando um defensor da “liberdade” e da “democracia”, ao passo que o fascismo, desmascarando o concorrente ao mesmo tempo que se desmascarava a si mesmo, se assumiu e se proclamou alegremente como um totalitarismo explícito desde o começo.
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Em suma, o comunista é um fascista disfarçado, o fascista é um comunista descarado.
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O ódio dos comunistas ao fascismo provém de que nele enxergam, vistosa e despudorada, a auto-imagem hedionda que tanto se esforçavam para esconder.
A adúltera discreta odeia a piriguete ostensiva.
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Toda hipocrisia odeia o sincerismo despudorado que ostenta o que ela esconde. Tal é a relação entre a mentalidade comunista e a fascista.
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“Afixar a uma filosofia social e política um adjetivo qualificativo como ‘democrático” jamais substitui a análise séria.” (A. James Gregor)
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Praticamente toda idéia obscena alardeada pelos fascistas proveio de alguma conversação discreta entre comunistas. A militarização da sociedade, por exemplo, tão essencial ao fascismo, foi uma invenção de Trótski.
Pergunta de Vito Pascaretta: “Professor, poder-se-ia dizer que se assemelha ao modelo militarista e de eugenia espartano?”
Olavo: Não. Não se trata de transformar os cidadãos em soldados, mas de subordinar todas as atividades humanas ao poder militar.
(Em 02/07/2016)
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Como posso, por exemplo, ser de extrema direita, se o papa do extremismo de direita, o guru por excelência do neofascismo mundial, Aleksandr Dugin, me enfrentou num debate e levou um cacete dos diabos?
(31/12/2019)
Notas extraídas do perfil de Olavo de Carvalho no Facebook.
Agradecimentos a Marie Asmar.
O melhor mídia watch do mundo está de volta 👏🏻👏🏻👏🏻
Graças a Deus está de volta uma publicação alinhada com os anseios de 50 milhões de pessoas conservadoras.
Boa professor, irei acompanhar.
Como é bom ter Mídia Sem Máscara de volta! Leitura obrigatória!!!
Como é bom comentar sem precisar de conta na Google ou no Facebook !
Excelente nota Professor, só não entende quem não quer, como a gíria comunitária de onde mora diria, só não pega a visão quem não quer lendo todo esse conteúdo rico em verdades
Ler os textos do Professor Olavo de Carvalho é um prazer, a leitura é prazerosa e ao mesmo tempo é como se me abrissem os olhos para ver o que estava bem diante de mim mas ao mesmo tempo oculto. Os sentimentos que tenho quando termino de ler um texto do Professor Olavo de Carvalho são libertação e gratidão.