Máfia do fact-checking pede “desculpas” por checagens falsas sobre origem do Covid-19
Por Hélio Costa Jr.
Uma das primeiras e principais agências de checagem do mundo, a PolitiFact, pertencente ao Instituto Poynter, certificadora dos principais “verificadores de fatos” no Brasil, emitiu nota no último dia 17, pedindo desculpas pela checagem que acabou por rotular a possível origem chinesa da covid-19 como “falsa” ou “teoria da conspiração”. A nota do editor assume que o tema ainda está “em discussão” e que “removerão a checagem de sua base de dados enquanto esperam novos desenvolvimentos” a respeito da origem chinesa na pandemia.
Li-Meng Yan é um dos principais nomes que acusaram a origem laboratorial do vírus da covid-19. Em setembro de 2020, ela afirmou que “O vírus COVID-19 SARS-CoV-2 veio, na verdade, não da natureza, mas foi criado pelo homem em laboratório”. Contra essa argumentação que segundo a própria cientista era baseada em evidências, verificadores de fato se levantaram para negar qualquer possibilidade de origem laboratorial do vírus.
Questionada ao vivo pelo apresentador da Fox News americana, Tucker Carlson, Li-Meng Yan afirmou: “posso apresentar evidências sólidas para a audiência de que o vírus não veio da natureza, mas que foi criado em laboratório”. Durante seis minutos a virologista e pós-doutorada pela universidade de Hong Kong, explicou que o governo chinês criou o vírus em Wuhan e o soltou intencionalmente. O genoma do vírus, ela disse, “indica que ele foi modificado.”
No Brasil, o Estadão tratou de rotular a possível origem laboratorial do vírus de “teoria das conspiração”, como fizeram em matéria intitulada “Coronavírus: estudo desmente teoria conspiratória sobre criação em laboratório da China“. Na matéria, eles afirma que: “Desde o início da transmissão do novo coronavírus pelo mundo, teorias conspiratórias (grifo do próprio Estadão) divulgadas em redes sociais e no WhatsApp especulam que o SARS-CoV-2 teria sido criado em laboratório na China. Um estudo publicado nesta semana na revista científica Nature Medicine desmente esses boatos.”
A matéria acima citada foi escrita em março de 2020, logo após o início da pandemia no Brasil. No final do mesmo ano, em dezembro, também no Estadão foi publicada a seguinte matéria: “Novo coronavírus tem origem natural, diferentemente do que afirma virologista chinesa“. Nesta matéria, o jornal tenta desmentir as afirmações feitas pela doutora Li-Meng Yan, citando uma ‘microbiologista’ brasileira: “A microbiologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Giliane Trindade, que é especialista na ecologia de viroses emergentes, disse ao Estadão Verifica que o artigo publicado por Yan “não prova nada”.
Em face de acontecimentos mundiais que afetam o dia a dia das pessoas é bem natural que teorias surjam, especulações e comentários mais ou menos precisos. A Big Tech, a grande mídia e os “verificadores de fatos” se arrogaram o poder de definir o que é verdade e o que não é e agora precisam vir a público se desculpar pela imprecisão e falta de embasamento científico em suas análises e matérias.
Publicado no site Estudos Nacionais.
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“Quem checará os checadores?” Em sua arrogância ilimitada, as agências de checagem querem definir o que é a verdade.