Indigenismo: As novas chantagens globalistas ao Brasil via esquerda católica

Por Edward Luz

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Na última segunda-feira, 29, um grupo de religiosos da esquerda católica entregou uma carta ao presidente Bolsonaro e a seu vice, Hamilton Mourão, assinada por 93 instituições[1], entre as quais quatro bancos alemães, que se uniram para manifestar publicamente oposição às políticas ambientais de Jair Bolsonaro. A carta continha ameaças financeiras de retirada de investimentos no Brasil, pedindo um plano concreto contra desmatamento e proteção de povos indígenas.

“Como investidores, nós estamos usando os meios possíveis para exercer pressão contra a destruição da Amazônia e de seus povos tradicionais”, justificou Tommy Piemonte, da instituição financeira católica alemã Bank für Kirche und Caritas (BKC), em entrevista ao jornal alemão Deutsche Welle.

Ignorando décadas de influência da esquerda católica na geopolítica brasileira, Piemonte afirma que esta seria “a primeira vez que investidores católicos se unem para exercer esse tipo de pressão internacional”. A fala traz três revelações: em primeiro lugar a mudança e elevação do tom e o avanço numa postura agressiva que nada mais é que a continuidade da linha de seus interesses históricos contra o Brasil. Em segundo lugar, também fica patente a desinformação acerca das ações governamentais com as ações Verde Brasil I e II responsáveis pelas quedas significativas dos índices de desmatamento e queimadas no Brasil neste primeiro trimestre no Brasil. Por fim, torna patente o viés esquerdista quando acusa o governo de cometer supostas “violações dos direitos indígenas”, algo que simplesmente não aconteceu.

“Se não houver mudanças, vamos retirar nossos investimentos e cancelar potenciais investimentos futuros“, ameaça Piemonte em tom de declarada chantagem financeira. “Somos quatro bancos que têm muitos clientes, inclusive outras instituições católicas”, complementa, mencionando outros bancos insignificantes de capital irrisório que jamais ouvimos, como se não houvesse outros bancos dispostos a financiar nosso progresso. A carta de chantagem e ameaça dos nanicos bancos alemães, é uma das reações da campanha ‘Sangue Indígena: Nenhuma gota a mais’, com a qual a nata do indigenismo esquerdista viajou em 2019 por mais de 11 países e 19 cidades europeias pregando e defendendo um boicote à produção agrícola do país. Descobrimos que a gritaria histérica das ONGs como a Survival International e de órgãos de poder indigenista com a APIB tem efeitos limitados, servindo apenas para convencer incautos e desinformados que ainda acreditam na gritaria de “privação de direitos, deslocamentos e assassinatos de povos tradicionais”.

Em tom de piada de mau gosto, a carta encerra com “apelo a um maior diálogo com o governo brasileiro”, na esperança de que os representantes, no país de maioria católica, ouçam os brasileiros e cuidem melhor de nossa casa comum. Mereciam ouvir um sonoro e diplomático Auf Wiedersehen, Kamaraden – adeus, camaradas, pois com tal nível de má vontade e chantagem explícita não há possível negociação.

Ainda ao fim deste mês de março ficamos sabendo que a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) enviou, há duas semanas, uma carta ao presidente americano Joe Biden e ao seu Enviado Especial Climático, John Kerry, na qual pede um “canal direto” de comunicação com o governo dos EUA sobre assuntos ligados à Amazônia brasileira, deixando claro seu desrespeito pela soberania e interesses nacionais.

Considerando-se verdadeiros “guerreiros pelo clima”, os indígenas pretendem ser incluídos em qualquer debate promovido pelos EUA para negociação sobre o meio ambiente do Brasil, sem a intermediação da administração do Governo Bolsonaro, como seria praxe na relação diplomática entre os dois países.

Biden chegou a citar o desmatamento da floresta Amazônica brasileira como um dos seus focos de atenção durante debate com Trump na campanha presidencial, ainda em 2020. “Vou garantir que vários países se juntem e digam (ao Brasil): ‘Aqui estão 20 bilhões de dólares (ou R$ 115 bilhões). Parem de destruir a floresta’”, disse Biden. Pois essa é parte da esmola que o movimento indígena quer abocanhar.

É neste contexto que a carta da APIB foi enviada à Casa Branca e ao gabinete de Kerry, numa tentativa tão desesperada quanto estratégica de voltarem ao centro do palco e, segundo eles “assegurar e cobrar que o Estado brasileiro volte a fazer uso de suas legislações ambientais e suas diversas agências de proteção, é essencial incluir os Povos Indígenas na mesa de negociação e elaboração de estratégias“.

Assinada por Sônia Guajajara, a ecossocialista coordenadora nacional da APIB, a carta enumera como problemas da gestão Bolsonaro não só o aumento no desmatamento desde 2019, mas o apoio a projetos de lei que permitiriam mineração em terra indígena, o fim dos processos de demarcações de terra, a falta de ações para retirar invasores das terras já demarcadas e o enfraquecimento de órgãos de fiscalização ambiental.

Questionando o real compromisso do governo brasileiro com eventuais metas acertadas junto ao governo Biden, a carta erra a mão e exagera, como é de costume, ao afirmar que “o projeto de morte do Governo Bolsonaro propõe a legalização de crimes socioambientais e a descontinuidade das políticas de proteção à floresta amazônica“, demonstrando que a APIB, ao contrário da maioria dos indígenas, é contra a legalização de qualquer atividade que permita a autonomia econômica em terras indígenas.

Há informações de que a APIB se articula junto a ONGs de conservação ambiental tanto no Brasil quanto nos EUA para viabilizar uma reunião destes com setores do Executivo americano antes que qualquer anúncio de colaboração entre os países seja feito, em abril, numa clara tentativa de contornar o Itamaraty e abocanhar uma parte da grana, desafiando assim a autoridade do governo em implementar a agenda ambiental.

O ministério das Relações Exteriores ressaltou que “cabe recordar que o diálogo bilateral oficial ocorre entre representantes dos respectivos governos, os quais estarão sempre atentos e receptivos aos anseios e contribuições de setores de ambas as sociedades“. Mas será preciso mais do que isso para deter a APIB.

À frente da iniciativa do lado americano estão o Departamento do Tesouro, o Departamento de Estado e a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), além do Enviado Especial Climático, John Kerry. São eles os responsáveis por criar um projeto, que inclua claras contrapartidas, para que os EUA passem a financiar a conservação florestal brasileira.

O governo brasileiro enfatiza que tem interesse em programas ambientais de financiamento para serviços florestais no país, em condições e contextos nos quais não se negocie a Amazônia, nem a quebra da soberania nacional, nossos interesses estratégicos e os da maioria dos brasileiros, como pretende, prega e faz a APIB. As  pretensões de protagonismo de agentes locais a serviço de interesses externos que vão da ganância empresarial pura e simples ao neocolonialismo globalista mais descarado devem despertar a atenção e o alerta de todo brasileiro verdadeiramente patriota. Estamos sob ataque, sim, cientes da natureza da guerra e dos ardis e sofismas utilizados pelos inimigos do Brasil.

 

Edward Luz, antropólogo, atua como consultor empresarial e parlamentar. Edita o blog Segredos da Tribo.

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1 comentário
  1. CARLOS ROBERTO DE FARIA Diz

    Excelente texto!!!!!

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