“Fraudemia”, esquerdistas, lockdown e vacinas – informações e reflexões rápidas

Por Paula Felix.

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Conforme a regra em imunologia, estudos mostram não só que metade da população mundial está imunologicamente preparada para enfrentar o vírus (coronavírus são comuns em cães e pessoas que convivem com cães acabam tendo contato com variedades não infecciosas, porém imunologicamente “instrutivas” do patógeno), como que a imunização gerada pela infecção é permanente.

Confira no artigo ‘A persistência da imunidade e o desconfinamento dos sobreviventes da covid-19’, publicado no site da Academia Mineira de Medicina.

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Dados atualizados da Suécia. Sem lockdown, sem máscaras, sem quebra da economia, sem pânico, sem manipulação.

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Dentre as tantas ironias perversas dessa fraudemia, uma que não poderia escapar aos meus olhinhos treinados é esta:

Ver todas aquelas pessoas ambientalistas, que berravam contra os transgênicos baseadas no princípio da precaução e na incerteza de como o meio ambiente e os organismos selvagens reagiriam aos mutantes fabricados pela engenharia genética;

Ver aqueles socialistas, que arrancavam os cabelos ante o acúmulo de poder e dinheiro pelas gigantes de biotecnologia que obrigariam os pobres agricultores a comprar sementes todo ano, sem nunca poder produzir as suas próprias, como há milênios;

Ver os naturebas adeptos da vida saudável, que E-XI-GI-AM a identificação no rótulo de qualquer produto, de fandangos a óleo de soja, passando por extrato de tomate, arroz e feijão, de qualquer contaminação acima de 1% com organismos geneticamente modificados, OGMs;

Ver todas, todos os representantes do culto à bondade, à natureza, à saúde e à justiça social calados em casa, de máscara, torcendo ansiosos para que uma terapia de DNA recombinante jamais testada, ardilosamente chamada de vacina, venha logo transformar a eles próprios em organismos geneticamente modificados. E dane-se o princípio da precaução, dane-se o acúmulo de poder e dinheiro nas mãos das empresas e danem-se os danos desconhecidos à saúde.

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Quando eu era menina, no colégio, a aula sobre a Revolta da Vacina me fez pensar, como não poderia ter deixado de ser diante da forma como o assunto foi exposto, que a ignorância e a superstição poderiam levar as pessoas às raias do suicídio. Foram necessários mais de 30 anos e muita informação que a academia “se esqueceu” de mencionar para chegar a entender o tamanho da brutalidade e da tirania que foram empregadas ali “para o bem da população”, brutalidade cujo esquecimento, cento e poucos anos depois, pode nos custar tornar a sofrê-la.

Epidemias de doenças contagiosas acompanham todas as espécies da biosfera, claramente relacionadas à aglomeração de indivíduos. No caso dos humanos, aglomeração significa cidade. Transmitida pelas pulgas dos ratos, a peste negra (peste bubônica) matou 1/3 da população da Europa no século XIV, enquanto a varíola, vírus com 30% de letalidade, matou 300 milhões de pessoas apenas no século XX. Diante de números tenebrosos a tal magnitude, a vacina obrigatória chega a adquirir os contornos de salvação divina, uma arca em meio ao dilúvio, uma via de fuga no meu do mar, certo? Então…

A palavra vacina deriva de vaccinia, o vírus da varíola bovina, que a propósito ainda circula em dois lugares do mundo, Brasil e Índia. Em 1789, o ano da Revolução Francesa, houve surto de varíola (nada é tão ruim que não possa piorar, né?) em meio ao qual o médico inglês Edward Jenner observou que vaqueiros e ordenhadeiras que pegavam a vaccinia não pegavam a varíola. Em 1796, o médico tomou o pus das pústulas de uma ordenhadeira infectada por vaccinia e o inoculou em uma criança saudável de 8 anos, James Phipps, que contraiu a doença. Dois meses depois, inoculou no mesmo menino pus retirado da pústula de uma vítima da varíola. Phipps não pegou. Vou repetir: Edward Jenner usou uma criança de 8 anos como cobaia num experimento com um vírus que matava 1 a cada 3 pessoas infectadas. Oh, Paula! O uso de crianças como cobaias é imoral, mas veja, a vacina extinguiu uma doença terrível! Qual o valor de uma criança frente a centenas de milhões? Diga-me isso depois de entregar o SEU filho para ser cobaia.

A descoberta de Jenner inaugurou todo um novo campo de estudos em imunologia e infectologia. A vacina e o espírito revolucionário, nascidos juntos, criaram pessoas norteadas pela ciência, como o presidente Rodrigues Alves, decidido a higienizar e embelezar o Brasil, a começar pela capital da República. Em fins do século XIX, o centro do Rio de Janeiro possuía cortiços que chegavam a abrigar centenas de pessoas em condições insalubrecíssimas e doenças como peste bubônica, tuberculose, febre amarela e varíola tinham surtos frequentes. A solução adotada foi colocar abaixo os cortiços e as casas dos pobres, assim mesmo, sem desapropriar, sem indenizar, sem prover outra moradia, entrar em todas as casas sem mandato para verificar as condições de higiene e vacinar à força. Oh, Paula! Mas diante de doenças tão graves, não é aceitável um pouco de autoritarismo? Diga-me isso quando for o seu domicílio o violado, e a sua casa a que foi demolida. A tirania nunca é má para os que ela favorece.

O fato é que a história da vacina é uma história de abuso e violência que toleramos como um mal menor. Sim, eram doenças terrivelmente letais. Séculos depois, um vírus de alto contágio e baixa letalidade está sendo usado para justificar as mesmas arbitrariedades. Na Itália, idosos foram abandonados em asilos e morreram de fome. Em todo o mundo, Estados suprimiram direitos fundamentais de seus cidadãos e agora uma terapia de RNA recombinante, maliciosamente identificada como vacina, jamais testada sequer em animais, fará milhões de seres humanos de cobaias.

Old sins cast long shadows.


Paula Felix
, mãe, cristã e conservadora, é mestre em Biologia Celular e Estrutural pela Unicamp.

 

 

1 comentário
  1. JOSE VERSON DE SANTANA FILHO Diz

    Simplessmente, como sempre, espetacular!!!!

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