Fact-checking: Arma de perseguição política e “business model” da Big Tech

Por Cristian Derosa

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Foto: Mark Zuckerberg e George Soros: financiadores da farsa do “fact-checking”.


Para voltar ao velho papel central na opinião pública, grandes grupos recebem investimentos para censurar e perseguir a concorrência surgida com a ascensão do jornalismo independente conservador.

 

Embora a fachada da “verificação de fatos” ainda engane muita gente, muitos conservadores e até mesmo pessoas menos politizadas já perceberam o viés das “agências” de “fact-checking”. Afinal, suas “checagens” praticamente só miram notícias e opiniões da direita ou conservadoras, em geral tudo o que questione a autoridade de seus parceiros financeiros e das agendas internacionais.

Mas a pergunta “de onde vem o dinheiro?” sempre surge quando vemos uma mobilização tão grande e estruturada para combater uma suposta ameaça. Como disse recentemente o médico infectologista Francisco Cardoso, os checadores não estão buscando as notícias falsas, mas precisamente as notícias verdadeiras. Esta é certamente a forma mais resumida de se falar sobre os jornalistas que censuram. Mas como é que isso acontece?

Em uma análise de conteúdo que será em breve publicada em livro, cheguei a um resultado certamente previsível de que cerca de 80% das checagens brasileiras privilegia partidos e movimentos de esquerda, sendo estes de especial interesse de agendas globalistas. Muitos podemos achar esse número pequeno, pois às vezes nos parece que é 100% do seu conteúdo. Mas fui bondoso na análise. O restante das matérias poderia ser considerado neutro ou de serviço, uma pequena parcela dedicada a justificar a existência dessa controversa novidade jornalística.

Basta ler os estudos que embasam a inciativa para entender que esse viés não é o simples resultado de uma coincidência da preferência dos editores ou repórteres, mas, ao contrário, trata-se de uma característica estrutural da prática da perseguição digital contra o jornalismo independente, mais especificamente o conservadorismo que surgiu nas últimas décadas em resistência às agendas de controle social.

Muitos se perguntam quem paga os checadores. Alguns já acusaram as agências de serem financiadas pela Open Society Foundation (OSF), do bilionário esquerdista George Soros, através da International Fact-Checking Network (IFCN), espécie de certificadora das agências. Mas isso não é exato. Na verdade, a maior parte do financiamento da principais agências vem do Facebook através da iniciativa chamada Facebook Journalism Project, que monetiza o que ele chama de “jornalismo independente”. A Google News Initiative também se presta ao apoio da perseguição digital. Mas é claro que o apoio financeiro e logístico não para por aí e de maneira indireta, inclui sim o IFCN, mantido pela Open Society.

O grande negócio da verificação monetizada por redes sociais foi assumido em um evento na Europa, conforme divulgou a jornalista nada conservadora Madeleine Lazsco, pelo seu Twitter recentemente. O tema foi tratado em detalhes por mim na palestra do evento O Preço da Liberdade, no dia 25 de setembro, em Florianópolis, no qual defendi que as agências de checagem são hoje a maior ameaça à democracia. Além do Facebook e da Google, há uma rede de financiamentos indiretos por meio de fundações internacionais que têm interesses bem específicos.

O IFCN é assumidamente financiado pelas mais famosas fundações globalistas, como OSF, Omidyar Network, Ford, Oak Foundation, Knight Center of Journalism, entre muitas outras, principalmente através do seu principal mantenedor, o Instituto Poynter. Mesmo agências que não contam com a certificação do IFCN, como o Projeto Comprova, é mantido pela First Draft, outra entidade que também recebe recursos da entidade do magnata húngaro-americano aficionado por dar dinheiro a esquerdistas radicais ao redor do mundo.

A crise no modelo de negócio do jornalismo começou com o advento da Internet, mas coincidentemente isso aconteceu quando os jornais começavam a vislumbrar possibilidades de mudanças na sociedade – o que marcou o surgimento do chamado “civic journalism”, nos EUA, ou jornalismo cidadão, no Brasil.  Entidades de estudo sobre jornalismo começaram a ver com bons olhos a influência social, a transformação de hábitos e costumes. O poder seduz.

Tão importante quanto seus vínculos financeiros e estruturais são as ligações acadêmicas e os estudos que embasam a prática da “verificação”, que se coloca como instrumento técnico e científico de manutenção da democracia.

Estudos sobre o chamado “deplatforming”, sobre o qual já falamos em outra oportunidade, visam exatamente identificar as fontes, as causas e a estrutura do que eles optaram por chamar de “desinformação”. Mas, como mostram seus estudos mais aprofundados (e sinceros), eles precisam utilizar esse termo para esconder o verdadeiro alvo por trás disso: o conservadorismo.

No artigo Desinformação nas ciências e nas notícias: mais do que denunciar é preciso prenunciar, de Alexandre Brasil Fonsceca, a sugestão de tentar “prever” as fake news precisou deixar claro o que causa o tal “problema”. Citando um artigo de Toby Bolsen,James N. Druckman, hospedado do Journal of Communication, o autor diz que:

“As nossas descobertas sugerem que o principal problema por detrás da desinformação é o conservadorismo e não a credulidade”. É importante considerar que a questão que está posta não se concentra simplesmente na dimensão factual; há todo um conjunto de relações, crenças, valores e emoções – isso ao lado de relações de confiança e de interesses políticos e financeiros – que movimentam e dão sustentação a todo um sistema de desinformação (grifo meu).

Por si só, este trecho assume que a verificação precisa ir “além dos fatos”, abordando valores e crenças, condições sociais nas quais se acredita naquilo que eles consideram desinformação, descrita como um ceticismo ou descrença na credibilidade de instituições e entidades de renome, vistos como sinais visíveis da “ciência” ou da “democracia”. Quem compreende e acredita nesta estranha definição? Os adeptos da evocação vazia desses termos, como verdadeiros amuletos da sorte, síntese de uma compreensão de que o ceticismo e o anseio de compreender mais a fundo o significado concreto de determinados termos ou teses pode ser considerado uma condição social para a “desinformação”. Ver a ciência como método e não como instituição, para eles, faz parte dessas ameaças.

No artigo citado, Counteracting the Politicization of Science, os autores dizem claramente em seu resumo:

“Few trends in science have generated as much discussion as its politicization. This occurs when an actor emphasizes the inherent uncertainty of science to cast doubt on the existence of scientific consensus”. 

Ou seja, enfatizar a incerteza da ciência e por em dúvida o “consenso científico” é classificado como “politização da ciência”, um problema que o estudo em questão se pretende a oferecer soluções. Afinal, conservadores têm a mania de tratar a ciência como método e não como um conjunto de instituições que deve ser obedecido tão logo afirmem trabalhar em nome da “ciência”, o que para eles é bastante estranho e, o que é pior, ameaçador. (Fim da 1ᵃ parte)

 

Cristian Derosa é jornalista e escritor. Mestre em Fundamentos do Jornalismo pela UFSC e autor dos livros: “A transformação social: como a mídia de massa se tornou uma máquina de propaganda”(2016), “Fake News: quando os jornais fingem fazer jornalismo”(2019) e “Fanáticos por poder: esquerda, globalistas, China e as reais ameaças além da pandemia” (2020). Cofundador e editor-chefe do site Estudos Nacionais, colunista do Mídia Sem Máscara e editor adjunto do jornal Brasil Sem Medo. Aluno de Olavo de Carvalho desde 2009.

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1 comentário
  1. Alan Max Diz

    Bom artigo. Em matéria de desinformação a esquerda já está anos-luz a frente. Ladislav Bittman que o diga.

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