“A estréia do termo ‘masculinidade tóxica’ nas discussões da mídia convencional não é um acaso, mas coincide com uma cruzada que pretende fazer dos homens a personificação de todos os obstáculos malignos para um sociedade ‘inclusiva’ e ‘diversa’.
É importante notar que essa cruzada não é simplesmente contra os homens, mas contra os valores associados aos homens. A fúria da campanha é dirigida contra a violência masculina.
Mas essa cruzada também é intensamente hostil contra as virtudes associadas aos homens como coragem, disposição para assumir riscos, autocontrole emocional e estoicismo.
Esses valores, antes celebrados, hoje são tratados como patologias.
A invenção da ‘masculinidade tóxica’ é na verdade uma tentativa de patologizar a identidade masculina como um todo.
Nossa era é caracterizada pelo florescimento e celebração de um número crescente de identidades, mas abre uma exceção para demonizar a identidade masculina.
Isso não pode ser comemorado.
O termo ‘masculinidade tóxica’ foi criado por ideólogos para desacreditar os homens estóicos que são atraídos para o comportamento autônomo, os riscos e o autocontrole.
A aparente incapacidade de aceitar e concordar com a fraqueza é considerada uma falha fatal na psique masculina.
A competição e a aspiração à autonomia individual são apresentados como impulsos psicologicamente destrutivos.
Os psicólogos britânicos Dan Kindlon e Michael Thompson escreveram no The Times: “Idéias estereotipadas sobre a dureza masculina negam a um menino suas emoções e roubam-lhe a chance de desenvolver toda a gama de recursos emocionais”.
A estigmatização do comportamento masculino na verdade corrói o desenvolvimento psicológico de meninos e rapazes.
Muitos jovens hoje acham a transição para a idade adulta confusa porque os valores associados a ser um homem já não recebem validação cultural.
A humanidade como um todo sofre com essa cruzada contra os valores que são atribuídos aos homens. Coragem, autonomia e disposição para assumir riscos têm sido centrais para o desenvolvimento do espírito humano”.
Nota do tradutor:
Dias atrás, Sonaira Fernandes apenas defendeu o padrão bíblico de masculinidade, e lamentou que esta é uma geração de “homens frouxos, capados pelo politicamente correto”.
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Frank Furedi é um sociólogo húngaro-canadense e professor na Universidade de Kent, na Inglaterra. Mais de 10 livros publicados, nenhum deles no Brasil.
Traduzido e adaptado por Thiago Cortês do artigo “The crusade agaisnt masculinity”, publicado no site do autor.
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