Nenhum dos 25 países mais armados do mundo figura entre os mais violentos.
(Foto: Grupo de mulheres treinando nos EUA.)
Minha formação é conservadora. Sou filho de militar do Exército e fui criado com a convivência pacífica e harmoniosa de armas de todo tipo, tamanho e calibre. Na verdade, quando nasci, em Caçapava, no interior de São Paulo, exatamente no dia primeiro de abril de 1964, as tropas militares retornavam a seus quartéis após a revolução, que alguns desinformados de esquerda ainda insistem em afirmar que foi um golpe de estado. Minha mãe me tinha nos braços, na janela da maternidade, quando meu pai passou, em marcha, comandando o Batalhão de Infantaria. Os soldados, naquele momento, fizeram reverência a meu nascimento. Foi uma honra, para quem tinha apenas poucas horas de vida.
Aqueles eram outros tempos. Segundo meus pais, a violência passava longe das casas das pessoas. As famílias, nas metrópoles e nas pequenas cidades, podiam sair às ruas sem risco de assalto ou qualquer outro tipo de violência. Só corria risco quem se insurgia contra o regime vigente. No geral, eram assaltantes de banco e sequestradores, além de integrantes de movimentos violentos comunistas e de extrema esquerda.
Hoje, com a ascensão de grupos criminosos e facções, com a tomada das comunidades por traficantes e milicianos fortemente armados, a população deixou de ter a paz que ainda desfrutava em épocas não tão distantes. Basta ligar a TV por 10 minutos para constatar o império do terror, marcado por todo tipo de crueldade, crime e morte.
No dia 23 de dezembro de 2003, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, entrou em vigor a Lei 10.826, conhecida como Estatuto do Desarmamento. A medida, na verdade, tirou a paz e a esperança das pessoas de bem, que passaram a viver como pássaros em gaiolas, aterrorizadas pelo risco de assalto e de balas perdidas que, ao contrário do que parte da mídia diz, saem, na maioria das vezes, dos fuzis do crime organizado e não das armas da polícia. Proprietários de armas de fogo tiveram o prazo de 180 dias para regularização de registro ou porte perante a Polícia Federal ou entrega de boa-fé com direito a indenização. A campanha resultou na entrega de 443.719 armas de fogo, que foram destruídas pelo Comando do Exército.
A esquerda brasileira conseguiu impor uma das estratégias básicas de regimes comunistas, que é o de desarmar a população. Enquanto o povo brasileiro ficou indefeso, a bandidagem, abastecida pelo crescente mercado do contrabando internacional de drogas e de armas, corrompia autoridades e tocava o terror nas cidades, protegida por ONGs e esquerdopatas de plantão. Aliás, vale destacar, grande parte dos que pregam e defendem o desarmamento, não saem de casa sem escolta ou segurança fortemente armada. Hipócritas!
Felizmente, o Estatuto do Desarmamento está sendo revisto no Congresso Nacional e prestes a ser reformado e flexibilizado. Para o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, povo armado jamais será escravizado e violentado de seus direitos constitucionais. Com a flexibilização, já em andamento, a guerra começou a mudar. A internet tem viralizado vídeos e fotos mostrando vítimas que reagiram e mataram seus algozes. No campo, a mesma coisa acontece. Fazendeiros começaram a reagir e a defender suas propriedades com armas de fogo. Afinal, eles estão distantes das cidades e das delegacias de polícia. No campo, a ajuda demora a chegar. Não há como defender propriedade rural sem arma de fogo.
Dados e estatísticas internacionais têm derrubado todas as narrativas falaciosas dos desarmamentistas. Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirma que porte de arma reduz a criminalidade. Segundo o levantamento, quanto mais armas há entre os habitantes de um país, menores são os índices de criminalidade. A Small Arms Survey, organização não governamental sediada em Genebra, na Suíça, em seu estudo “Estimating Global Civilian-held Firearms Numbers”, confirma os números de Harvard. Nenhum dos 25 países mais armados do mundo figura entre os mais violentos. Mais de 30% desses países apresentam taxas inferiores a um homicídio por cem mil habitante, trinta vezes menos que o Brasil. Nos EUA, país mais armado do mundo, existem praticamente 400 milhões de armas de fogo, cerca de 120,5 para cada 100 habitantes. No Brasil são apenas 17,5 milhões de armas, cerca de 8,3 para cada 100 habitantes. No entanto, a taxa de homicídios no Brasil é 4,8 vezes maior do que a dos Estados Unidos.
Torço muito para que a flexibilização iniciada pelo presidente Bolsonaro permita que a pessoa de bem possa defender sua família e seu patrimônio com uma arma na mão. Acredito não ser necessário o porte (*), mas simplesmente a posse de arma nas residências e propriedades. Pelo menos, se isso acontecer, o ladrão vai pensar duas vezes antes de invadir e assaltar sua casa: vai que a vítima está armada!
* – N.doE.: Sim, mas vale destacar que o porte é um direito inalienável, para quem realmente sinta a necessidade.
Fábio Paiva é jornalista, analista em marketing.
Publicado em puggina.org.