A exclusão das plataformas digitais e o próximo passo da esquerda
Por Daniel Pipes.
O chamado “deplatforming”, a exclusão das mídias sociais, já é uma estratégia assumida e testada pela esquerda contra os conservadores. Mas a perseguição já vai para muito além dos debates na Internet.
Lamentando o uso da censura para influenciar as eleições de 2020, o presidente Donald Trump assinou um decreto-lei incentivando a Federal Trade Commission a passar um pente fino no Facebook, YouTube, Twitter e outras redes sociais para constatar se elas abrigam vieses anticonservadores.
Um decreto desse tipo levanta questões quanto ao alijamento, exclusão daqueles que abraçam políticas erradas sob a alegação de que patrocinam o ódio, lançando assim novos e assertivos patamares. Mas é equivocado dirigir o foco somente em empresas que operam nos segmentos da informação e comunicação, como é agora o caso. Sim, o sistema educacional, a mídia tradicional, as redes sociais, as organizações sem fins lucrativos e os veículos de propaganda são problemáticos. É claro, a informação é de suma importância, mas o alijamento vem avançando lenta, silenciosa e nefastamente mais além, atingindo avassaladoramente a vida cotidiana.
Organizações de esquerda (Southern Poverty Law Center nos Estados Unidos, Hope Not Hate no Reino Unido) impulsionam essa tendência pressionando empresas a se recusarem a fazer negócios com os “odientos.” (Não importa se a SPLC tem problemas de extrema gravidade.) E enquanto universidades e gigantes das redes sociais fazem a maior onda mostrando estender as mãos aos conservadores, na verdade, isso não passa de mera conversa fiada. Na realidade, o alijamento visa avassaladoramente a direita, como os conservadores sociais, defensores da limitação na imigração, céticos quanto à antropogênica mudança climática, críticos ao Islamismo e simpatizantes de Israel.
A seguir alguns exemplos de exclusão na vida cotidiana:
Os segmentos de hotelaria e turismo pularam de cabeça no negócio de riscar pessoas com grande entusiasmo. Na escala de formiguinha, um dono de restaurante expulsou uma funcionária da Casa Branca em Lexington, Virginia, que estava jantando, por razões políticas. Após esse incidente, a deputada Maxine Waters conclamou os correligionários de esquerda a “assediarem” assessores de Trump: “eles não terão mais condições de ir a um restaurante, eles não terão mais condições de parar num posto de combustível, eles não terão mais condições de fazer compras num magazine.” O ataque verbal que se seguiu contra a filha de Tucker Carlson deve ter enchido de orgulho a Sra. Waters.
Já no nível institucional, a Eventbrite cancelou a emissão de ingressos para um programa de entrevistas e debates com Pamela Geller no New York Young Republican Club. A empresa de cruzeiros Norwegian Cruise Line cancelou o bilhete da Rebel Media depois dela ter marcado e divulgado um cruzeiro. O Hyatt Hotels e o Mar-a-Lago cancelaram uma série de eventos patrocinados pelo Act! For America. A Airbnb excluiu moradias de judeus que moram na Cisjordânia (aceitando, no entanto, as de palestinos). A Uber and Lyft expulsou Laura Loomer de seus serviços de compartilhamento de carros por conta de tuítes postados por ela. Sarah Huckabee Sanders foi expulsa do restaurante Red Hen.
A Amazon Smile, um serviço que canaliza 0,5% das vendas da Amazon a organizações sem fins lucrativos, excluiu organizações que constam da lista da SPLC como “grupos que instigam o ódio.” O O2, provedor de serviços da Internet do Reino Unido, na prática bloqueou o acesso ao meu site DanielPipes.org. A exclusão da Internet pode resultar em consequências financeiras diretas: O YouTube desmonetizou (outro neologismo: excluiu a capacidade de auferir renda) vídeos apresentados por Dennis Prager e Tommy Robinson.
Instituições financeiras também entraram na dança. O Citibank deu ao Israel Independence Fund um mês para cair fora. O Capital One mandou para o espaço a Appalachian Gun, uma loja na região rural da Georgia. Os cartões MasterCard e Visa se recusaram a processar doações para o David Horowitz Freedom Center. O PayPal suspendeu as contas de membros e de doadores do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP). Ao reavaliar o papel de empresas de cartões de crédito no que ele chama de “lista negra financeira,” Allum Bokhari da Breitbart conclui que “a invasão da ideologia progressista no setor financeiro” apresenta uma “nova e terrível ameaça à liberdade” nas sociedades ocidentais.
Some também governos à tendência da exclusão. A Receita Federal dos EUA equivocadamente negou isenção de impostos à Z Street, uma organização sionista. Ao dar o primeiro passo para negar o direito de isenção de impostos a 60 organizações que o SPLC considera “grupos que instigam o ódio,” democratas na Câmara dos Representantes dos EUA realizaram uma audiência em setembro de 2019 sobre “Como o Código Tributário Subsidia o Ódio.” O governo alemão já tomou esta medida ao cancelar o direito de isenção de impostos a JournalistenWatch.com, um site conservador. Os principais políticos alemães esperam excluir membros do partido Alternative für Deutschland de serem servidores públicos. O governo britânico recusou a entrada de Geert Wilders ao país, a exemplo do governo australiano em relação a Milo Yiannopoulos.
Uma divisão do Serviço Nacional de Saúde britânico, seguido por toda a Inglaterra, anunciou que pacientes que proferirem “linguagem racista ou machista, gestos ou comportamento… serão questionados e advertidos”; se o problema continuar, o tratamento será “cancelado assim que possível.” Quanto tempo levará para que os funcionários do SNS se aproveitem dessa regulamentação para negar atendimento a críticos em relação às mudanças climáticas ou ao islamismo?
Um restaurante, um serviço de compra de ingressos, empresas de compartilhamento de veículos, empresa de cruzeiros, rede de hotéis, clube particular do presidente Donald Trump, hospedagem de temporada, loja de varejo, provedor de serviços da Internet, empresa de hospedagem de vídeo, bancos, empresas de cartões de crédito, sistemas de pagamento, governos e hospitais: a lista é longa, assustadora e não para de crescer.
Para os conservadores, essas privações ameaçam o meio de vida, a dignidade e a liberdade. Elas representam uma “terrível e nova ameaça à liberdade” e merecem muito mais atenção, planejamento e recursos. A resistência precisa ser organizada, nova, instituições neutras precisam ser criadas. A hora é agora, não há tempo para esperar a ação do governo, antes que sejamos prensados contra a parede.
Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. ©2020. Todos os direitos reservados.
Original em inglês: De-platforming in Daily Life
Tradução: Joseph Skilnik
Esclarecedor. Apenas creio que em uma guerra não precisamos de instituições neutras (citação do último parágrafo), mas sim de instituições conservadoras.
Do livro Vladimir Tismaneanu, O Diabo na História:
“Toda a tragédia do comunismo está dentro desta afirmação alucinante: a visão de uma elite superior cujos fins utópicos santificam os métodos mais bárbaros, a negação do direito à vida àqueles que são definidos como “parasitas e predadores degenerados”, a desumanização deliberada das vítimas e o que Alain Besançon identificou corretamente como a perversidade ideológica no coração do pensamento totalitário: a falsificação da idéia do bem (la falsification du bien).”
Do livro Vladimir Tismaneanu, O Diabo na História
Isso ja he normal em todos os aspectos da vida.Se alguem mostra vies conservador,ja he excrachado por filhos,amigos,familiares moderninhos,etc.Mas na hora q a coisa fede,vem todo mundo pedir dinheiro,lugar pra morar,conselho,etc.So pra isso q o conservador serve.
[…] ataquem Ted Cruz; condenar “figuras públicas violadoras dos direitos humanos” após o deplatforming do presidente Donald Trump; e que o uso da aplicação da lei para manter a paz em meio aos […]