A última palavra
Por Jeffrey Nyquist. Publicado em 20 de outubro de 2016.
Arquivo MSM.
Não queremos admitir que estamos fracos.
Queremos continuar na ocupação agradável de negar a força da Rússia, e os preparativos militares da China.
É nossa desconsideração pelo que é nobre que nos condena. É a nossa desconsideração pela verdade.
“O problema hoje é que as pessoas estão tão monstruosamente auto centradas que elas são incapazes de verem a si mesmas como outra coisa senão como beneficiários exclusivos e como culminação da história, quando na verdade somos todos apenas lajotas na estrada do tempo que estende-se diante de nós. Todos têm sido ensinados que cada pessoa nasceu para a glória, fama e riquezas terrenas, e qualquer coisa aquém disso não pode estar correto e certamente não pode ser a vontade de Deus. Tenho ouvido, em mais de uma ocasíão, cristãos me dizerem com o tom mais sério, “A que propósito as pessoas podem servir e que bem elas podem fazer se estiverem mortas”?
Ann Barnhardt
Para esclarecer a declaração de Barnhardt, especialmente em relação a muitas de nossas autoridades eleitas: “A que propósito eles podem servir, e que bem eles podem fazer se estão vivos?” Se o principal objetivo éviver, e obter um alto cargo, então o que acontece à verdade? Pois o político deve falar o que o eleitor quer ouvir. Neste caso, se o político vive, prospera e obtém um alto cargo – quem vence?
Falsidade, corrupção e traição.
A falsidade preserva o carreirista político. Ele avança escada acima, passo a passo. Observe-os cuidadosamente. Se ele tivesse morrido quando criança, a sociedade teria sido abençoada. Mas ele vive, e avança. E o Demônio possui sua alma. Ele deve seguir um caminho determinado pelo Inferno. Ou do contrário ele pode cair vitimado por alguma verdade indesejável.
Recentemente o General Mark A. Milley, Chefe do Estado Maior do Exército do EUA declarou: “Conquanto o Exército esteja reduzindo sua força final (end-strength), tomamos a decisão deliberada de priorizar a prontidão”. (Em outras palavras, estamos excepcionalmente preparados, mas nossas forças estão diminuindo de tamanho).
Milley não explica a situação em linguagem clara. Ele usa o termo “reduzindo a força final”. Ele faz da prontidão e do obscurecimento uma virtude. Mas quão pronta está uma força pequena demais para triunfar? É um tipo engraçado de prontidão. E contudo o General Milley vive e avança.
Milley pode perguntar: “A que propósito as pessoas podem servir e que bem elas podem obter se elas não forem promovidas à patente de general?” E que general! Pois então, talvez, muitos homens corajosos não morreriam por conta de uma prontidão para ser assaltado por um inimigo superior.
Em 05 de outubro o General Milley disse, “quero ser claro para aqueles que querem nos fazer mal… as forças armadas dos EUA – a despeito de todos os nossos desafios, a despeito de nosso ritmo operacional, a despeito de tudo que temos feito – nós impediremos vocês e golpearemos mais duro do que vocês já tenham sido golpeados antes. Não se enganem quanto a isso”.
Mas Milley é um que está cometendo um engano. Pois a despeito de sua prontidão, ele não está pronto. Ele não está preparado. Ele está ultrapassado.
Ele faz o mesmo ruído que Napoleão III fez em 1870, antes de Sedan. É o mesmo ruído que o Coronel Custer fez antes de Little Bighorn. O exército dos EUA é pequeno, e ultrapassado, e tem um chefe peculiar com um nome peculiar. Todavia o país anseia por tranquilidade numa época de progressivo enfraquecimento nacional. E o general fornecerá tranquilidade se ele não fornecer nada mais. Não queremos admitir que estamos fracos. Queremos continuar na ocupação agradável de negar a força da Rússia, e os preparativos militares da China.
O General Milley citou o embaixador russo na Bretanha: “A ordem estabelecida no mundo está sendo submetida a uma reorganização fundamental… A Rússia pode agora lutar uma guerra convencional na Europa e vencer”. Ah sim, isto é o que os russos estão dizendo. Enquanto estas palavras são escritas, o presidente dos EUA, Barack Obama, incita uma guerra na Síria.
Por que ele faz isso?
Você deveria saber. Você deveria ter prestado mais atenção. Obama opôs-se à guerra no Iraque. Por que ele quer a guerra na Síria? Por que ele provoca uma guerra com a Rússia? O governo russo tem dito que eles irão para a guerra nuclear se os EUA atacarem a Síria. Eles têm dito isso ao povo russo. Eles realizaram um exercício massivo de defesa civil na semana passada. Eles estão se preparando para uma guerra nuclear.
Por que Obama incita a guerra?
Obama diz que uma catástrofe humanitária está se desenrolando na Síria. Portando devemos bombardear a Síria e entrar em guerra com a Rússia. Desta forma Obama previne uma perda de vidas – causando uma guerra nuclear na qual morrem milhões. Isto é o necessário para milhares em Aleppo.
A imprensa santarrona assenta em concordância. Nunca foram mestres da lógica. Pra que serve a lógica, afinal?
Coragem cívica não é algo que eles entendam. Uma pessoa recebe um golpe por dizer a verdade. Então outra recebe um golpe. Isto não ajuda a carreira de ninguém. E eles vivem por suas carreiras, e então têm vivido sempre de joelhos (para uma mentira).
“A que propósito as pessoas podem servir e que bem elas podem fazer se estiverem mortas”? Então a questão foi colocada por Ann Barnhardt. Sim, de fato. Se defendessem a verdade, se lutassem por seu país, se fizessem algo heroico ou importante – que possível bem poderia resultar?
Aquela palavra segura, racional – sem sentimento, sem amor, sem patriotismo, sem paixão – é covardia, e por fim esta covardia leva ao retrocesso. Resulta na promoção de anti-generais, anti-patriotas, que estão muito vivos, e escalaram aos altos cargos. Eles não podem refletir os sentimentos dos heróis mortos. Eles são o oposto de heróis. Interiormente vazios, disfuncionais, cheios de mentiras. Embriagados de ideologia e socialismo. Adoram um ídolo feito a sua própria semelhança vazia. Esses seres fragmentados, feitos de ar quente e papelão, são contrários a si mesmos, incapazes de tomar sentido de alguma coisa – eles são nossos líderes, nossos eruditos, nossos professores. Sim, e nós os temos aplaudido. Cortejamos o Bezerro de Ouro deles.
Em seu livro sobre Nietzsche, Erich Heller escreveu: “A única faculdade verdadeiramente impenetrável do homem é o amor”. Mas ele não quis dizer o tipo de amor que torpemente se agarra à vida. Ele referia-se ao tipo que heroicamente se agarra à verdade. Esta verdade é fundada em retidão, em bondade; e não, como Heller alertou, naquela traição rasteira da verdade que os intelectuais modernos tendem a favorecer, especialmente em sua “desconfiança desrespeitosa da ausência de sentido em qualquer coisa que escape à definição e prova experimental”… É nossa desconsideração pelo que é nobre que nos condena. É a nossa desconsideração pela verdade.
Novamente, a pergunta formulada por Ann Barnhardt: “A que propósito as pessoas podem servir e que bem elas podem fazer se estiverem mortas?
Por esta pergunta entenderemos que a verdade é irrelevante. Mas na realidade, é a morte que é irrelevante. O que importa é nossa fidelidade à verdade enquanto vivemos.
(Imagem: ‘A adoração do bezerro de ouro’, Nicolas Poussin, óleo sobre tela, 1634.)
Tradução: Flavio Ghetti