Venezuela sob o horror comunista: o maior êxodo da história latino-americana

Por Luis Dufaur

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A enxurrada de migrantes venezuelanos nos últimos anos é um fato sem precedentes na América Latina, explicou Juan Carlos Murillo, Representante Regional para a América Latina do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em entrevista ao jornal Clarín.

Mais de 5 milhões de pessoas saíram do país, saturando os sistemas migratórios dos diversas outras nações.

Atualmente existem cerca de 174 mil venezuelanos com status de imigrante na Argentina, o país sul-americano que está mais longe do Caribe.

A situação na Venezuela provocou o maior êxodo da história contemporânea da região, disse o representante da ACNUR.

É sem dúvida o maior drama migratório do continente bem chamado pelos Papas de “continente da esperança”, por todas suas potencialidades católicas.

Mas paradoxalmente o Papa Francisco, tão preocupado pelas migrações de muçulmanos e animistas do Oriente Médio e da África, pouco ou nada parece se preocupar com o drama de milhões de fiéis católicos de nosso continente.

Trata-se de um movimento massivo em grande escala, segundo o especialista. Nunca tivemos 5.2 milhões de pessoas na região deixando seu país de origem como refugiados e imigrantes.

Números muito inferiores de brasileiros, por exemplo, migram para a região amazônica para ali iniciarem o aproveitamento agropecuário de terras no abandono e sem dono. Nesse caso, a gritaria comuno-progressista se faz ouvir estrepitosamente até desde o Vaticano. E é acolhida contra esses beneméritos brasileiros pela grande mídia, aliás, adversa a tudo o que é cristão.

Os mesmos fingem não ver o calvário de milhões flagelados e expulsos de sua pátria por uma ditadura comunista inclemente. Incluindo aí os riscos para a perda da prática religiosa.

A resposta dos Estados tem sido abertamente generosa, diz Murillo. Porque tradicionalmente, os sistemas da região recebem movimentos menores, em geral fronteiriços, e mais gerenciáveis.

Hoje os sistemas estão sobrecarregados, e, em muitos casos, é impossível tomar uma decisão antecipada sobre o estado dos refugiados ou garantir-lhes a documentação.

A autoridade do ACNUR sublinha que fala de centenas de milhares de pessoas e que esta é uma situação sem precedentes no continente.

Os países do Cone Sul são o destino natural. Os venezuelanos fugitivos do comunismo chegam a esses países com a intenção de se enraizar, se estabelecer, se integrar. Uma porcentagem muito pequena expressou interesse em retornar ao país de origem.

A grande afinidade que há entre latino-americanos afasta os sentimentos de discriminação ou xenofobia.

Os migrantes que clamam por ajuda têm necessidades de proteção após passarem anos de expropriações e brutalidades típicas do socialismo, que os deixaram apenas com o mínimo para sobreviver.

A crise do Covid-19 exacerbou a vulnerabilidade dos refugiados venezuelanos: eles precisam de abrigo, de roupas adequadas para o inverno, alimentos e documentação, sobre tudo longe de seu cálido país.

Com a crise do Covid-19, muitas pessoas perderam seus empregos ou o sustento que tinham no setor informal nos países onde procuraram refúgio.

Mas dessa pobreza nem o Papa Francisco e seus movimentos sociais, as Conferências Episcopais, CEBs e ONGs “humanitárias”, falam. Parecem obcecados pela luta contra os ricos e contra os evangelizadores e colonizadores “brancos”.

 

Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional, e sócio do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, é editor de vários blogs, dentre os quais o “Está Acontecendo“, que trata da conjuntura na América Latina, no qual o presente texto foi publicado originalmente.

 

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