Tudo pelo poder, e dane-se o Brasil!
Por Percival Puggina
Leio no Diário do Poder:
“Ao atingir a marca de 32 milhões de doses de vacinas aplicadas, o Brasil imunizou o equivalente à soma de toda a população de três países europeus: Bélgica, Portugal e República Tcheca.
Os europeus são elogiados pelo combate à pandemia, mas têm número proporcional de mortes maior que o do Brasil.
Na rica Bélgica, morreram 2.021 pessoas a cada milhão de habitantes. No Brasil o número é de 1,6 mil. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Se a campanha brasileira de imunização fosse realizada na Austrália, por exemplo, todos os 25 milhões de habitantes teriam recebido uma dose.
Os tchecos têm o segundo pior resultado do mundo: 2,6 mil por milhão. Em Portugal, foram 1,6 mil mortes para cada 1 milhão de habitantes.
No quesito mortes por milhão de habitantes, o Brasil é o 15º do mundo, também atrás de Itália, Reino Unido e Estados Unidos.”
Comento
Há 36 anos aprendi com o amigo e mestre Prof. Cézar Saldanha Souza Júnior que, no presidencialismo, como o presidente da República é Chefe de Estado e Chefe de Governo, o amor à pátria frequentemente cede à política do momento. Assim, causar dano à imagem do país e depreciá-lo é entendido como dano ao governante que precisa ser derrotado. E a comunicação social vira uma sinistra operação de disiformation. Em virtude desse fenômeno, mesmo com o time canarinho em campo, sempre há quem torça contra o Brasil.
Desde o resultado eleitoral de 2018, está escancarada a campanha contra a imagem interna e externa de nosso país, proporcionada por brasileiros inconformados, com apoio de companheiros e camaradas de aquém e de além-mar.
A grande mídia militante jamais dirá que o Brasil submeteu suas decisões de compras de vacinas aos cuidadosos protocolos da Anvisa. E jamais relacionará a isso os percalços que os produtos de alguns laboratórios estão enfrentando em diversos países em virtude das urgências comerciais e políticas. Há 15 países onde a mortalidade por milhão é maior do que no Brasil, mas só aqui é o governo e não a doença que mata. Só não falta vacina nos países fabricantes, mas, dizem, o Brasil só não tem mais vacinas disponíveis por culpa do governo. E a crise política se instala não porque exista, mas porque é preciso que ela se instale.
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Igrejas, STF e o lockdown no RS: 24 horas depois
Durante quase dois dias consecutivos, os ministros do STF dissertaram sobre os perigos da pandemia, a necessidade de minimizar os contatos entre as pessoas e a imprescindível sujeição das igrejas às regras que determinassem seu fechamento. Era tão importante torná-las inacessíveis, por perigosas, que o leque de impedimentos constitucionais ficou fechado sobre as mesas e arejou apenas os votos dos ministros Dias Toffoli e Nunes Marques.
Nunca foi dito, mas, de certo modo, entre as arengas e as realidades dispersas no país, fluía a noção de que as atividades religiosas presenciais eram supérfluas ou potencialmente perigosas.
A decisão foi festejada pela mídia militante que exaltou o elevado discernimento de que se revestiu e que se refletiu no dilatado placar de 9 votos a favor do lockdown religioso.
Não passaram 24 horas da votação e cá no Rio Grande do Sul o governo decidiu que a partir de segunda-feira (12/04) as igrejas poderão abrir entre as 5 horas e as 22 horas, ou 20 horas, respectivamente, nos dias de semana e nos fins de semana.
Alguns dos mais expressivos monumentos que já visitei na Europa são obras votivas que comemoram o fim da peste e registram a memória de suas vítimas. Destaco, entre outras, a belíssima Pestsäule de Viena, a Coluna da Peste em Kremnica (Eslováquia), a Cappella della Piazza de Siena e a Basilica di Santa Maria della Salute, em Veneza.
Claro que para os doutos de toga do STF, a oração comunitária pelos enfermos, pelos mortos, pela saúde, as missas, a eucaristia, os sacramentos, os cultos, são irrelevantes produtos de confeitaria sentimental pendentes da bênção do Estado. Isso, claro, só não é assim quando, solenemente, casam as próprias filhas…
Aqui no RS, ao menos, toda a discurseira jurídico-epidemiológica de quinta-feira, virou pó na reunião local do dia seguinte.
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais; colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de ‘Crônicas contra o totalitarismo’; ‘Cuba, a tragédia da utopia’ e ‘Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros’. Integrante do grupo Pensar+.
Publicado originalmente no site Conservadores e Liberais – puggina.org
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Sim, a grande mídia mente todos os dias, o objetivo é desgastar ao máximo o presidente.
Favor digite a resposta em dígitos:
17 + sete =
dezessete + 7 é …. Não posso responder; se não, vão valar que é homofobia.