Foto: Sim, é a mesma pessoa. Rachel Dolezal fingiu ser negra por anos, até que foi desmascarada pelos próprios pais, ambos brancos.
Durante a escravidão, muitas mulheres negras, muitas vezes em união forçada com um homem branco, tiveram filhos mestiços. Com base em sua porcentagem de sangue branco, eles foram considerados “mulattos”, “quadroons”,”octoroons” e até mesmo “hexadecaroons”. Dependendo da cor da pele, eles podiam se passar por brancos e evitar a brutal discriminação racial sofrida por seus irmãos e irmãs de pele mais escura. Isso foi retratado em um filme de 1949 intitulado “Pinky”, que destacava o “se passar por branco”.
Agora o jogo virou, com algumas mulheres brancas dizendo que são negras. Durante anos, Rachel Dolezal afirmou que era negra. Como fruto de sua mentira, ela se tornou presidente do escritório de Spokane da NAACP (National Association for the Advancement of Colored People) e professora de “estudos africanos” na Eastern Washington University. Seus pais, ambos brancos, a desmascararam.
Recentemente, Jessica Krug, professora de história da George Washington University (GWU), que durante anos afirmou ser negra, confessou que é branca. Sua biografia universitária a listou como uma estudiosa em história afro-americana, imperialismo e colonialismo. Krug, em um acesso de arrependimento, desculpou-se por sua “contínua apropriação de uma identidade negra caribenha”. Ela confessou: “Não sou um abutre cultural. Sou uma sanguessuga cultural.” Após tal confissão, ela se demitiu do corpo docente da GWU.
Uma ativista do Black Lives Matter em Indianápolis, Satchuel Paigelyn Cole, filha de pais brancos, admitiu fingir ser negra durante anos. CV Vitolo-Haddad, uma estudante graduada da Escola de Jornalismo e Comunicações de Massa da Universidade do Wisconsin, parando de mentir sobre sua raça, renunciou ao cargo de professora e deixou a co-presidência da filial local da Associação de Assistentes de Ensino. Não se pode ter certeza sobre a raça hoje em dia por causa do “blackfishing”: alterar a própria aparência para se apresentar como negro.
Dolezal, Krug, Cole e outras, não são as únicas mulheres brancas que se beneficiaram com a falsificação racial. A senadora Elizabeth Warren, às vezes chamada de “Pocahontas”, afirmou que era descendentes de índios Cherokee. Isso a ajudou a conseguir um emprego como professora de direito em Harvard, uma universidade faminta por diversidade, e assim recebeu 400 mil dólares para ministrar dois cursos. Warren descreveu a si mesma como parte de uma minoria no diretório da Escola de Direito de Harvard e afirmou que seu bisavô era Cherokee. Não apenas seu bisavô não era Cherokee, como ela dizia, mas também um homem branco que se gabava de ter dado um tiro num índio Cherokee.
A propósito, se agora se tornou aceitável chamar a si mesmo de mulher, quando se tem o equipamento anatômico de um homem, por que haveria problema em se dizer negro, latino ou asiático quando se é de fato um caucasiano? De acordo com o Bureau of Census dos EUA, as pessoas definem sua própria raça ou etnia.
Pessoalmente, não considero Dolezal, Krug, Cole, Warren ou outros professores universitários ainda não descobertos como culpados por falsificação racial. Sou culpado pela mesma coisa; e foi durante meu período conturbado no Exército. Em 1960, pousando no porto de Incheon, na Coreia, tentei falsificar minha raça. Os soldados que chegavam eram obrigados a preencher um formulário contendo informações como tipo de sangue, religião e parentes próximos. Eu marquei “caucasiano” onde pedia raça. Um suboficial, encarregado de inspecionar os formulários, percebeu e me disse que eu deveria ter assinalado “negro”. Eu disse a ele que se eu colocasse “negro”, eu conseguiria o pior emprego lá. O suboficial provavelmente corrigiu o dado.
Alguns anos atrás, me declarei um antílope preso em um corpo humano. O antílope é um animal extremamente ágil, bonito, parecido com uma espécie de veado do sul e sudoeste da África. Alguns sugeriram que eu sofria de uma doença conhecida como disforia de espécie, na qual alguém pensa que é um animal selvagem preso em um corpo humano. A disforia de espécie é semelhante à disforia de gênero, uma condição na qual uma pessoa acredita que é uma mulher presa em um corpo masculino ou um homem preso em um corpo feminino.
A mim, então, foi recomendado o aconselhamento psicológico, o que, na minha opinião, nada mais é do que fobia animal. Alguém ainda pode perguntar: “Williams, por que diabos você se consideraria um antílope?” Por uma razão muito simples: não há nada no Código da Receita Federal que obrigue antílopes a pagar impostos. Se os funcionários do IRS exigissem de um antílope tal coisa, eles poderiam ser levados ao Departamento de Justiça dos EUA, seriam processados e denunciados à Sociedade Protetora dos Animais.
Walter E. Williams é professor de Economia na Universidade George Mason.
Publicado no Townhall.
Tradução: Editoria MSM