Orson Welles, os ambientalistas e o controle social pelo medo

Por Leo Daniele

Nota do Editor: São cada vez mais inegáveis os paralelos entre os experimentos pioneiros de indução de comportamento via veículos de comunicação de massa, sub-ideologias baseadas em falsificação científica, como o ambientalismo, e fenômenos como a crise mundial do Covid-19.

Seja no caso do eco-fascismo, como no mega-golpe global da “pandemia”, poucos conseguem dissociar o problema em sua real dimensão do montante de informações falsas travestidas de “parecer científico”, bem como, e em volta disso tudo, a engenharia sócio-comportamental do pânico disseminada pelas grandes redes de comunicação, aliançadas com as novas agentes da censura aos discordantes: as gigantes da Internet Facebook, Twitter e Google.

O presente artigo lembra o episódio de 1938 no qual o ator Orson Welles, com uma peça de radioteatro baseada no livro Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, impôs o pânico a milhões de ouvintes da rádio CBS, no Estados Unidos, e o compara com a legitimidade pública adquirida pela tese alarmista do “aquecimento global”.

Para muito além das alegadas preocupações com o clima ou a saúde pública, se há hoje algo com eficácia cientificamente comprovada sendo aplicado em escala mundial, são as técnicas de manipulação de massa, o controle do fluxo de informações – sobretudo as decisivas – , e a macabra tecnologia de engenharia sócio-comportamental gerida e apreciada, de forma confessa, pelos entusiastas do “controle social” e da “governança global”.

*

No dia 1º de novembro de 1938, o trauma: a rádio americana CBS transmite, aparentando a maior objetividade informativa, a célebre notícia de que marcianos haviam invadido a Terra e estavam em Nova Jersey (USA).

O assunto era mais sério do que poderia parecer. O tom era alarmante. Muitos ouvintes entraram em pânico e começaram a fugir de suas casas ao ouvir os boletins, narrados de maneira genial pelo ator Orson Welles.

Alguns ouvintes contaram o que aconteceu:

Um estudante: “Cheguei à conclusão de que não havia nada a fazer. Imaginamos que nossos parentes e amigos haviam morrido. Percorri quilômetros em 35 minutos sem saber o que fazia.”

Uma doméstica: “Senti qualquer coisa de terrível e fui tornada de pânico… Decidimos sair, levamos mantas.”

Um frentista: “O locutor foi asfixiado, por ação dos gazes: a estação calou-se. Procuramos sintonizar outra emissora, mas em vão… Enchemos o depósito do carro e preparamo-nos para fugir, o mais depressa possível.”

Um pai: “Quando o locutor disse – abandonem a cidade! – agarrei o meu filho nos braços, e precipitei-me, pela escada abaixo… etc. etc.”

Outros despediram-se dos parentes e, pelo telefone, preveniram os vizinhos do perigo que se aproximava. Procuravam notícias nos jornais ou noutras estações de rádio, pediam ambulâncias aos hospitais e automóveis à polícia. Seis milhões de pessoas devem ter escutado a transmissão. 28% dos ouvintes acreditaram tratar-se de uma reportagem autêntica; 70 % destes assustaram-se ou ficaram perturbados.

A isso se poderia chamar: alarmismo induzido.

O ambientalismo de nossos dias lembra um pouco o episódio Welles? Poderia se dizer que não, pois o episódio parece ter sido mero sensacionalismo. Na hora não houve o concurso de cientistas e de homens tidos como sérios. O resultado foi imediato e durou pouco tempo. Ao contrário do ambientalismo, que é um tema de décadas; e o logro logo se tornou irrelevante, ao contrário do ecologismo.

Entretanto, não simplifiquemos, pois a ocorrência de 1938 foi muito estudada em nível universitário. Para o intelectual católico Plínio Corrêa de Oliveira, o caso, lançado pouco antes da Segunda Guerra Mundial, “era uma propaganda pacifista de efeito remoto”.

Para resolvermos as dúvidas, comparemos as características de ambos: o episódio com Orson Welles e o ambientalismo contemporâneo:

O catastrofismo: Welles anunciava uma invasão de marcianos. E o ambientalismo anuncia flagelos terríveis para a Terra e seus habitantes, chegando alguns até o fim da humanidade ou do mundo. Para Leonardo Boff, a presente conjuntura “pode levar a uma tragédia ecológico-humanitária de proporções inimagináveis e até, pelo final do século, ao desaparecimento da espécie humana”.

A gratuidade: Orson Welles fez uma encenação para o rádio sem provas. O ambientalismo está fazendo uma encenação para a Terra toda, não só sem provas mas contrariando o que dizem os cientistas mais sérios.

Veja-se entre muitíssimos outros documentos o Apelo de Heidelberg, assinado por 4 mil cientistas, incluindo 72 (setenta e dois) ganhadores do Prêmio Nobel:

“Subscrevemos inteiramente os objetivos da ecologia científica, para um universo cujos recursos devem ser guardados, monitorados e preservados. Mas pedimos que os mesmos se baseiem em critérios científicos, e não em preconceitos irracionais”.

E mais adiante alertam contra “argumentos pseudo-científicos ou falsos, e dados irrelevantes”.

Confessa Stephen Schneider, da Universidade Stanford (USA): “Temos de oferecer cenários assustadores, fazer simplificações, declarações dramáticas, e fazer pouca menção de quaisquer dúvidas que possamos ter”. Esta frase é de dar inveja a Orson Welles, que podia tê-la tomado por lema, mas é de um ecologista célebre de nossos dias… E há outras coisas do gênero.

A psicose: Welles deixou seu público estarrecido. O ambientalismo deixa os ingênuos e abobados aterrorizados ou deprimidos. E há os fanatizados pela problemática.

Isto posto, é possível lembrar-se de Orson Welles quando se pensa no ecologismo, e lembrar-se do ecologismo quando se pensa em Orson Welles.

Outro problema: tem o catastrofismo ambientalista algo a ver com o esquerdismo? Seus adeptos dizem que sim: o vermelho comunista ter-se-ia transformado em verde. Louis Proyect, da Universidade Columbia (USA), afirma que “a resposta ao aquecimento global é a abolição da propriedade privada”.

Marina Silva assevera que “a luta ecológica, a luta sindical e a luta partidária são indissociáveis”, e que formam uma bandeira só.

Vejamos outro aspecto do caso. O esquerdismo está com problemas. A persuasão para o comunismo tornou-se quase impossível. O relativismo conquistou as mentes, as ideias perderam o valor.

Nestas condições, para fazer com que os abobados ou ingênuos andem para a esquerda, ou não se lhe oponham, a única solução é o medo. E para produzir medo é preciso criar um motivo para alarmismo.

Jacques Attali, ex-conselheiro presidencial do governo socialista francês, e ferrenho ambientalista, afirma: “A História nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando sente medo verdadeiramente”. Eis a chave do enigma.

Como produzir medo? Uma guerra é algo muito complexo, e no momento, difícil de ser inciada.

A problemática do ambientalismo, com seus mitos e seu catastrofismo, seria uma ideia mais viável atualmente.

Assim, era necessário estabelecer uma ligação entre o ecologismo e o esquerdismo. Então, fizeram das duas coisas uma única bandeira, e puseram-se à cata dos Orson Welles de plantão.

Esses agentes conseguiram convencer gente de alto nível: professores universitários, cientistas, políticos, sacerdotes.

 

Publicado no blog Verde, a nova cor do comunismo.

 

1 comentário
  1. Natan Diz

    Muito obrigado, pelo trabalho esclarecedor de vocês. Grande abraço!

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.