Olavo: Ele buscou as coisas do alto

Por Allan dos Santos

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Se você conheceu o Olavo que falava de política, saiba que maior era o
Olavo filósofo e gigantesco era o Olavo integral.

 

O presente comentário era para ser apenas uma legenda digna para o momento captado na foto ao lado, mas é difícil escrevê-la. Num certo dia, no ano passado, sentei-me enquanto lágrimas corriam em meu rosto. A saudade do professor era grande, e maior ainda era a saudade do amigo que DEUS me deu a alegria de poder visitar todos os dias no exílio. Ele era a materialização da providência divina que me consolou e comigo rezou pela saúde de minha filha quando soube que ela estava indo para a UTI sem saber se de lá ela sairia.

O Olavo analista político, conhecido de muitos, era algo que estava abaixo do Olavo filósofo, mas até o filósofo era ainda inferior ao Olavo marido da Roxane. O Olavo integral, pai, avô, marido, amigo e filósofo era uma personalidade difícil de descrever, devido à estatura de sua grandeza. Olavo não era um grande filósofo e escritor porque leu e entendeu muito. Ele leu e entendeu muito porque amava. Amava o que lia. Amava o que era. Amava de onde vinha. Amava onde morava. Amava quem estava ao seu redor. O amor era o norte de sua vida, pois era consciente de sua imortalidade e jamais se deixou vencer por distrações que o fizesse esquecer para onde estava indo após a morte do corpo. Assim como sabemos que precisamos de alimento quando nosso corpo nos alerta, a alma dele não descansava enquanto não estivesse amando.

Ele sempre estava atento ao pedido da alma na mesma proporção das exigências do corpo. A atenção dele aos pedidos do corpo e da alma não eram negligenciados. A união substancial entre corpo e alma estavam em sua consciência assim como temos a consciência de que nossos músculos precisam de nosso sangue. O mundo imaterial era parte da realidade total de seu cotidiano tanto quanto a matéria que estava diante dos seus olhos. Enquanto o mundo ao seu redor negligenciava o que está para além da matéria, ele só sabia bem o que estava diante dos olhos porque via a corporeidade como parte de algo que os olhos não viam, a imortalidade.

Enfim, um dia espero poder descrever a experiência de conviver com a pessoa mais esplêndida que já conheci. Por ora, quero apenas deixar claro que se você conheceu o Olavo que falava de política, saiba que maior era o Olavo filósofo e gigantesco era o Olavo integral.

Qualquer mutilação de sua personalidade é uma caricatura de péssimo gosto. Olavo de Carvalho não merece ser lembrado como analista político, mas como o filósofo que amava.

Descanse em paz, ó amante do Verbo feito Carne.

 

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1 comentário
  1. Elson Mauricio Gomes de Andrade Diz

    Para mim um dos principais filósofos da atualidade, `ele´ era assim um professor,mas não um professor qualquer. Tudo que ele ensinava, e é ensinado hoje no COF , tem historicidade, tem os fatos e as provas do porquê dos fatos . Quem me dera os demais professores do Brasil lecionassem como ele,com amor e consciência, com o propósito na verdade. A educação no Brasil teria outros patamares de excelência.

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