O espírito comunista: espírito de escassez

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Por Kenneth Wieske, em 28 Abril 2016.
Arquivo MSM.

 

A abordagem cristã ao lidar com recursos não deve e não pode abraçar a visão de mundo castrista e seus princípios subjacentes.

Fidel Castro apareceu em público recentemente, e deu uma palestra no 7º Congresso do Partido Comunista, em Cuba. Muito pode ser dito a respeito de seu desarticulado e vago discurso. Hoje, vou me limitar a alguns comentários sobre o espírito que assombrou a sua palestra. Aparentemente, ele invocou o “espírito comunista”. Assim foi a manchete no site de Telsurtv.net. Para a esquerda, totalmente desvinculada da realidade, o espírito comunista representa uma marcha de progresso rumo à perfeição, cheia de lealdade e unidade. No mundo real, a realidade na qual vivem as vítimas do comunismo, o espírito de comunismo é uma fantasma de violência, opressão, sofrimento, e escassez. Especialmente escassez.

Na sua palestra, Castro falou sobre o “grande problema” de ter bilhões de pessoas na terra, todas precisando de comida e água. Na realidade bíblica, mais pessoas significa mais vida, mais produtividade, mais alegria, mais comunhão, mais talento, mais criatividade, mais glória a Deus. Mas o espírito de comunismo, o espírito de escassez, estava assombrando a palestra de Castro. Para Fidel, a existência humana é uma grande luta na competição por recursos limitados. “Quem irá alimentar e dessedentar tantos bilhões de pessoas?” Essa é uma pergunta tão antiga quanto as teses de Thomas Malthus.

A resposta invariavelmente envolve algum tipo de solução que enxerga os seres humanos como pragas ou parasitas, devorando os recursos do planeta, com a necessidade de amplos projetos intervencionistas estatais que promovam uma “distribuição justa” dos recursos. Ao fim, todos estão igualmente miseráveis, igualmente famintos, igualmente desesperados… Apesar de que alguns (os amigos e parentes dos líderes da ditadura do proletariado) são mais iguais do que outros.

O que é de fato triste no socialismo e no comunismo é que eles acabam sendo profecias autorrealizáveis. Gostaria de apresentar a Venezuela como prova: amigos meus no Facebook estão postando pedidos de oração por membros da família que estão na Venezuela literalmente passando fome e sem acesso a remédios. Já muitos anos atrás, Chávez rogava ao povo venezuelano que não acendesse a luz à noite quando se acordasse para usar o banheiro. Hoje o governo está dando aulas pela televisão, ensinando como tomar banho com apenas um copo de água. Viva nas trevas e na sua própria sujeira, tudo para apoiar la revolución! Assim está a vida na Venezuela, paraíso comunista. Caso encerrado.

Vejo e ouço traços desta opressora, temível, avarenta e gananciosa visão de mundo anticristã em discussões, comentários, e artigos compartilhados por companheiros cristãos. Isso me preocupa, porque você só pode confessar duas verdades fundamentalmente opostas por um curto espaço de tempo. Não vai demorar muito até que seu coração dividido produza uma vida de duplicidade e falta de integridade. Colhemos o que semeamos. Não devemos nos enganar. Não podemos servir a Deus e a Lênin.

A Bíblia ensina que a criação está gemendo debaixo de maldição por causa do nosso pecado. Ela ensina que trabalhamos pelo pão diário com o suor do nosso rosto. Mas ela não nos ensina a abraçar um estilo de vida no qual, para agradar ao grande líder e poupar preciosos recursos para o governo, temos de sentir vergonha de cada caloria, cada trinta segundos extras debaixo do chuveiro quente, cada litro de combustível.

O mundo foi projetado para suportar um número indefinido de pessoas, vivendo a vida deleitando-se ao máximo e profundamente de todos os recursos que Deus colocou aqui. Para que desfrutássemos para a glória dEle. Sim, a Bíblia ensina a moderação, mas tal moderação não significa viver como um avarento miserável que sente culpa por cada bocado que mastiga.

O chamado bíblico à moderação envolve beber vinho até que isso alegre o seu coração, deleitar-se em comer e beber como um ato de culto e glória a Deus, e ter uma casa cheia de crianças e uma família que, ante os olhos maliciosos dos mercadores da cultura da morte e da fome, exaure muitos recursos e tem uma enorme “pegada de carbono”.

O problema, em primeiro lugar, não é que os recursos são limitados, ou que há demasiada competição por eles. O problema é que o campo do homem pobre produz safra abundante, mas a injustiça a arrasta.

Afirmo que a abordagem cristã ao lidar com recursos não deve e não pode abraçar a visão de mundo castrista e seus princípios subjacentes. A abordagem cristã se deleita na abundância da criação, glorifica a Deus pelos incríveis avanços na ciência e tecnologia e pela sabedoria prática que produz uma abundância sem precedentes de riqueza, de forma eficiente como jamais vista, que concentra-se em criar e defender um ambiente de liberdade e justiça no qual cada homem possa comer do fruto de seus próprios labores, usando os recursos da criação para o piedoso deleite de sua família. Não há necessidade de culpa.

Bem, esse é meu discurso matutino. Agora vou me preparar para o dia tomando um longo banho quente, sem sentir culpa nenhuma por estar desfrutando com gratidão dos abundantes recursos que o Deus gracioso providencia mesmo neste mundo caído.
Soli Deo Gloria!

https://politicareformada.wordpress.com/

 

 

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