Ciência, a nova vítima da cultura do cancelamento

Por Star Parker

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Foto: MIT – Massachusetts Institute of Technoly.

 

A cultura do cancelamento mostrou sua cara feia novamente, e desta vez de uma forma nova e sem precedentes.

A palestra de um físico foi cancelada em uma das principais instituições científicas dos EUA, o MIT, por motivos que nada têm a ver com o tema e o conteúdo científico da palestra, mas por causa das visões politicamente incorretas sobre “diversidade” do cientista agendado para palestrar.

Dorian Abbot (foto à dir.) é professor do Departamento de Ciências Geofísicas da Universidade de Chicago. Ele é graduado em física por Harvard e PhD em Matemática Aplicada por Harvard.

Abbot foi o escolhido para a palestra anual “John Carlson”, no Lorenz Center do MIT, no Departamento de Ciências Terrestres, Atmosféricas e Planetárias. O tópico era “Clima e o potencial de vida em outros planetas”.

Mas essa palestra não acontecerá.

Em agosto, Abbot e Ivan Marinovic, professor associado de contabilidade da Escola de Negócios da Universidade de Stanford, publicaram um artigo de opinião na revista Newsweek intitulado “The Diversity Problem on Campus” (O problema da diversidade no campus).

Abbot e Marinovic, no artigo,  defenderam a idéia de que o regime politicamente correto que hoje controla as universidades americanas, identificado por eles como “DEI” – diversidade, equidade e inclusão – está minando a missão e propósito original das universidades. Essa missão é, segundo Abbot e Marinovic, “a produção e disseminação de conhecimento”.

Quando as universidades não procuram mais as “mentes mais talentosas e mais bem treinadas” na contratação, e os critérios políticos dirigem as práticas de contratação, o “negócio principal” da universidade – a “busca pela verdade” – é prejudicado.

Eles propuseram que o “MFE” – mérito, justiça e igualdade – seja adotado como o regime para definir as práticas de contratação para substituir a “DEI”. A “MFE” trata de contratações com base apenas no mérito e nas qualificações individuais.

E agora Abbot paga o preço por expressar publicamente tal heresia.

A indignação do Twitter caiu sobre a administração do MIT, e Abbot foi desconvidado.

Portanto, agora o discurso acadêmico não é apenas sobre o que é dito, mas quem está dizendo.

Abbot e Marinovic acertaram em cheio no artigo da Newsweek, sugerindo que o regime politicamente correto da “DEI” leva adiante tudo o que tem a ver com racismo, do qual supostamente temos tentado nos livrar.

O racismo trata de obliterar a individualidade e fazer julgamentos predeterminados sobre quem é um indivíduo com base nas características socialmente definidas do grupo ao qual a ele atribuem pertencimento.

Como não ferir uma criança negra qualquer nos EUA de hoje se não lhe foi ensinado que são seres humanos especiais e únicos, mas que, ao invés disso, o mais importante é a sua cor?

Não importa se eles estão sendo rejeitados por causa de sua cor ou aceitos por causa de sua cor. Sua humanidade está sendo atacada na base.

A ciência avança quando reconhecemos que a verdade é maior e vai além de qualquer mente humana. A verdade é descoberta aos poucos, de parte em parte, por meio da humildade e do trabalho árduo, e não da arrogância política, como se já a conhecêssemos.

Devemos lembrar que a ciência moderna só surgiu há cerca de cinco séculos. Não faz muito tempo que a maioria acreditava que o sol se movia ao redor da Terra, e não o contrário. Cientistas como Nicolau Copérnico e Galileo Galilei, por meio de observações honestas, concluíram que a visão predominante estava errada. Na época, isso era politicamente incorreto; eles foram atacados e seus livros proibidos.

Um famoso graduado do MIT foi o grande físico ganhador do Nobel Richard Feynman.

Feynman observou: “A realidade deve ter precedência sobre as relações públicas, pois a natureza não pode ser enganada”.

O crescente distanciamento da realidade nas relações públicas, ou seja, suprimir o que é verdadeiro para servir ao que o politicamente correto deseja que seja verdade, está destruindo nossa integridade nacional, ferindo as próprias pessoas que supostamente estamos tentando ajudar e ameaçando o futuro de nossa nação .

O politicamente correto está minando a responsabilidade e o desenvolvimento pessoal. Agora também ameaça minar a ciência e a verdade.

O MIT deve vir à público e pedir desculpas a Dorian Abbot.

 

Star Parker é fundadora e presidente do Centro para Renovação Urbana e Educação (CURE), um instituto de políticas públicas com sede em Washington D.C. que promove soluções baseadas no mercado para combater a pobreza.
Publicado no WorldNetDaily.

Tradução: Editoria MSM

 

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