Bill Gates e o regime chinês

Em um recente acampamento de verão para bilionários, Bill Gates discutiu seu divórcio com Melinda, que foi muito comentado. De acordo com uma testemunha, quando o bilionário começou a se abrir sobre suas inúmeras traições, ele parecia estar à beira das lágrimas. E por que não iria? 27 anos de casamento simplesente se foram.

Com o divórcio, Gates, um dos indivíduos mais ricos do planeta, não é o único com lágrimas nos olhos. Os membros da Fundação Gates, de acordo com o Financial Times, também estão à beira das lágrimas. A equipe, dizem, está “pirando” com o “futuro da organização sem fins lucrativos”. Os funcionários estão “realmente preocupados” com “a credibilidade e a posição da fundação”, que parece estar “em perigo agora, especialmente em áreas como o empoderamento de gênero”.

Sim, ok, mas e quanto ao empoderamento de Pequim? Embora Gates tenha se separado de Melinda, seu caso de amor com Pequim continua forte como sempre. A questão, porém, é por quê?

Quando pensamos em Bill Gates, nossas mentes vagam automaticamente para os pensamentos de um oráculo de óculos combatendo vírus mortais e acabando com a fome no mundo. Afinal, ele é um filantropo, um humanitário, um bilionário benevolente com um coração de ouro, ou ao menos assim somos levados a crer.

É possível ser uma alma amável, atenciosa e altruísta e também manter laços estreitos com o regime chinês? Não é. Como você verá neste curto artigo, no que tange a Bill Gates, por trás dos apelos por igualdade e justiça, está um verdadeiro mestre das narrativas vantajosas. Não se deixe enganar pela voz plácida e pelos suéteres de tricô. Em caso de dúvida, pergunte-se o seguinte:

Por que o Facebook está bloqueado na China, mas o LinkedIn, que é propriedade da Microsoft, empresa fundada por Gates, não? Por que o Google foi banido, mas o Bing, o mecanismo de busca da Microsoft, não? Sim, o Bing é um lixo de mecanismo de busca, mas esse não é o ponto. O Skype, outra criação da Microsoft, também pode ser acessado na China continental. É claro que a Microsoft tem a bênção de Xi Jinping, um homem que parece ter afeição especial por Gates. Em 2015, o chefe do regime chinês encontrou-se com Gates e sua então esposa, Melinda. No ano passado, Xi escreveu uma carta emocionada a Gates, agradecendo-lhe por seus esforços no combate ao vírus que começou no país que Xi preside. Pode-se imaginar que a carta começava com a frase: “Obrigado por se oferecer para ajudar a limpar a bagunça que criamos, Bill”. Os sentimentos de amor são claramente mútuos. Como Laura He escreve: “A Fundação Bill e Melinda Gates abriu seu escritório em Pequim em 2007 e, desde então, tem trabalhado com o governo chinês em vários projetos domésticos no país”. Nas últimas três décadas, Gates visitou a China pelo menos “uma dúzia de vezes”, cultivando “relações amigáveis ​​com os principais líderes”.

Um homem misterioso?
Por um lado, temos Bill Gates, o cara companheirão, estilo “vamos alimentar o mundo”; de outro, Bill Gates, amigo de Xi Jinping, um ditador assassino. Como isso é possível?

Lembre-se, Bill Gates é um homem que disse: “Os maiores avanços da humanidade não estão em suas descobertas, mas em como essas descobertas são aplicadas para reduzir a desigualdade. Seja por meio da democracia, educação pública forte, qualidade em serviços de saúde ou ampla oportunidade econômica, reduzir a desigualdade é a maior conquista humana.” Mas ele é amigo do líder de um país que faz tudo a seu alcance para garantir que a democracia jamais veja a luz do dia, onde as oportunidades para as massas não existem, assolada pelas desigualdades e onde a saúde deixa muito a desejar.

Outra frase de Gates que não envelheceu bem é esta: “Se você acredita que todas as vidas têm o mesmo valor, é revoltante saber que algumas vidas são consideradas dignas de ser salvas e outras não.” Sim, Bill, talvez você deva dizer isso ao regime chinês que agora está ocupado cometendo atos de genocídio em Xinjiang.

Falar, como todos sabemos, é fácil; as ações falam muito mais alto do que as palavras. No caso de Bill Gates, suas ações são claras, todos podem ver. Lembre-se, trata-se de um homem que manteve uma amizade de longa data com Jeffrey Epstein, um notório criminoso sexual. Vendo o criminoso caído em desgraça como seu bilhete para a conquista do Prêmio Nobel da Paz, Gates, como relatou o The Daily Beast, gostava de ser o centro das atenções na mansão de Epstein em Manhattan. Lá, contam-nos, ele supostamente buscou refúgio de seu casamento. Sim, ele buscou refúgio de seu casamento na casa de um homem condenado por crimes sexuais.

Seria Bill Gates um homem decente? Deixo a pergunta para você obter uma resposta por si. Entrei em contato com a Fundação Gates para comentar sobre os vínculos de seu fundador com o PCCh; uma resposta, no entanto, nunca chegou. A julgar pelo relacionamento próximo do Sr. Gates com Xi Jinping, a relutância em fornecer comentários a respeito é compreensível. Não é a primeira vez que questões são levantadas sobre Gates ou sua chamada benevolência. Em abril, o bilionário se recusou a compartilhar tecnologia de vacinas com a Índia, país que foi absolutamente dizimado pela pandemia. Por que o filantropo se recusou a compartilhar a tecnologia? As desculpas que ele forneceu simplesmente não deram certo. Quando se considera os laços de Gates com Pequim e seu relacionamento com Xi, sua recusa faz mais sentido. Afinal, o regime chinês não é fã da Índia. Talvez, apenas talvez, Xi tenha conversado com Gates.

Isso tudo não está além do reino da crença. Afinal, é importante lembrar quem é Bill Gates: um homem que o Partido Comunista Chinês (PCCh) chamou de “velho amigo” apenas alguns anos atrás. Um “velho amigo” do PCCh não é amigo da justiça.

John Mac Ghlionn é pesquisador e ensaísta. Seus trabalhos têm sido publicados em veículos como New York Post, Sydney Morning Herald, The American Conservative, National Review, The Public Discourse e outras publicações reconhecidas. Ele também é colunista da Cointelegraph.

Publicado no The Epoch Times com o título “Are the Chinese People Slaves?”.

Tradução e edição: Editoria MSM

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