Caso Kyle Rittenhouse: A persistente desonestidade da grande mídia
Por John R. Lott, Jr.
Nota do Editor:
As distorções gritantes perpetradas pela grande mídia dos EUA no caso Rittenhouse, algumas das quais o presente artigo comenta, não deixam dúvidas acerca do presente estado da grande mídia brasileira, que, em tudo, no episódio, imitou a imprensa mainstream americana no que ela fez e tem de pior. Lá como cá, é o comuno-globalismo que rege a pauta. Já não se trata do mero fenômeno do viés, plenamente compreensível e que qualquer leitor minimamente esclarecido leva em conta ao ler um jornal; o que se vê é a politização total da interpretação do fatos, a redução da atividade jornalística à mera ferramenta da mais suja propaganda das agendas e preferências das elites globais. Definitivamente, adentramos a era da imposição de novos padrões cognitivos e comportamentais por meio da criminalização das opiniões e cosmovisões contrárias à nefasta ideologia que impera nas grandes corporações midiáticas.
Na última quinta-feira, o YouGov publicou uma pesquisa mostrando que 76% dos democratas acreditavam que Kyle Rittenhouse era culpado de homicídio. Somente 5% achavam que ele não era culpado.
Do mesmo modo, 69% dos negros achavam que ele era culpado, e somente 6% achavam que ele não era.
O deputado Jerrold Nadler, presidente da Comissão Judiciária da Câmara, escreveu no Twitter que o veredito era um “aborto devastador da justiça e estabelece um perigoso precedente que justifica uma revisão federal da parte do Departamento de Justiça.” O presidente Joe Biden, que notoriamente chamou Rittenhouse de supremacista branco, também expressou a indignação dos democratas: “Ainda que o veredito em Kenosha deixe muitos americanos furiosos e preocupados, incluindo a mim mesmo, nós devemos aceitar o que o juri decidiu.”
Em contraste, 65% dos republicanos achavam que ele não era culpado.
Eu acompanhei de perto o julgamento e vi sistematicamente as testemunhas de acusação deixarem claro que Rittenhouse agiu em legítima defesa. Eu tenho muita dificuldade tentando entender como alguém pode achar que ele era culpado de ir a Kenosha para matar pessoas propositadamente.
Infelizmente, a polarização quanto ao caso Kyle Rittenhouse é muito fácil de explicar.
Existe uma tendência favorável a isso nas reportagens tendênciosas de sexta-feira, da parte das transmissões nos noticiários noturnos da ABC, CBS e NBC, que anuciaram o veredicto. Todas as três redes chamaram aos motins de “protestos” e evitaram dizer alguma coisa quanto a Rittenhouse ter sido atacado antes de usar sua arma. A NBC, pelo menos, tentou ser um pouco mais exata, ao dizer que houve “protestos e agitações”.
Outros foram ainda piores. Na MSNBC, Brittney Cooper, professora da Universidade Rutgers, declarou: “Hoje, o que nos foi dito é que o direito de um branco de se defender está acima de qualquer senso de segurança e proteção de todos os demais. Mesmo quando pessoas brancas estão carregando a arma e não estão sendo ameaçados de forma alguma. Como o próprio Kyle Rittenhouse admitiu, ele não foi ameaçado. Ele não pensou que havia uma ameaça. Ele foi ali para intimidar, e ele teve permissão para fazer isso.”
É claro, Rittenhouse não disse uma coisa dessas. Ele disse claramente que tinha sido ameaçado e temia por sua vida. Ele nunca, nem remotamente, disse que tinha ido para intimidar alguém. Mas o outro entrevistado da MSNBC concordou com Cooper, e o entrevistador não a confrontou.
Outro entrevistado da MSNBC se preocupou: “A primeira coisa que me ocorre depois dessa decisão é, oh, bem, ok, agora é temporada de caça. Por exemplo, se eu estou caminhando por aí e eu sou um garoto branco, nacionalista e covarde com um AR-15, e eu vejo alguém passando de carro com um adesivo do Black Lives Matter e eu me sentir ameaçado, eu posso puxar o gatilho. Se eu passo por um grupo de jovens repetindo palavras de ordem perto do meu destino, eu posso puxar o gatilho.”
Na CNN, Van Jones alertou para a “violência dos vigilantes brancos… existe um grupo de pessoas que pensam que eles têm o direito de fazer justiça com as próprias mãos.”
Essas declarações foram todas feitas depois do julgamento.
Em MSNBC, durante o julgamento, Joe Scarborough falsamente declarou que Rittenhouse deu 60 tiros, e Joy Reid disse que Rittenhouse dirigiu por quatro horas com seu AR-15 para chegar em Kenosha. Desde já, o apartamento de Rittenhouse em Antioch, Illinois, fica a somente 21 milhas de Kenosha. O AR-15 não era de Rittenhouse, mas de um amigo que vive em Kenosha. Fato escondido pela mídia, o pai e os avós de Rittenhouse moram em Kenosha, e ele passa muito tempo lá.
Não somente os “protestos” foram na verdade motins violentos, mas houve também algo que a grande mídia não quer que os americanos saibam. A zona de Kenosha que Kyle Rittenhouse era “um pobre, multirracial distrito comercial, cheio de pequenas e sub-seguradas lojas de celulares e concessionárias.” É para lugares assim que “supremacistas brancos” vão ajudar pessoas?
Como nós sabemos que a mídia sabia disso? Uma ex-jornalista do New York Times, Nellie Bowles, postou uma nota no Substack que discute o viés das reportagens sobre os motins. Bowles escreve que o jornal a enviou para relatar, baseada no “argumento da elite esquerdista… que incendiar lojas em nome de justiça racial era igualmente bom e salutar. Os incêndios permitiam expressar uma justa ira, e as lojas podiam contar com algum seguro para serem reconstruídas.”
“Isso acabou não sendo verdade”, Bowles escreveu. “A parte de Kenosha que as pessoas queimaram nos motins era um pobre e multirracial distrito comercial, cheio de pequenas e sub-seguradas lojas de celulares e concessionárias. Foi muito triste de ver, como também foi ouvir as pessoas que sofreram com isso”.
Bowles disse que ela apresentou sua matéria, e os editores lhe disseram que só a publicariam depois da eleição, alegando “espaço, pauta e correções,” de acordo com sua nota. A história eventualmente foi publicada depois que Joe Biden ganhou a eleição, segundo Bowles. “Qualquer que seja a razão para adiarem a publicação da matéria, mostrar o sofrimento depois dos motins não era uma prioridade,” ela escreveu. “A realidade que levou Kyle Rittenhouse para as ruas foi algo que nós, repórteres, fomos orientados para ignorar.”
Não é de se estranhar que temos celebridades como Rosanna Arquette tweetando que: “Eu não quero viver num país que é governado por racistas ignorantes e violentos.” Ou Samantha Bee clamando: “A absolvição de Kyle Rittenhouse manda uma mensagem para futuros Kyle Rittenhouses que eles estão livres para incitar a violência e então alegar legítima defesa.”
As pessoas que acompanham ABC, CBS, CNN, MSNBC, NBC, Public TV, New York Times, e Washington Post pensam que são bem informadas. Mas elas estão sendo privadas de fatos importantes. A mídia está certa em classificar como “protestos” o que provoca a destruição de 50 milhões de dólares em propriedades? Numa cidade onde uma casa custa em média 207.397 dólares, isso equivale a destruir completamente 241 lares. E, é claro, o motim aconteceu numa zona relativamente pobre.
Como diz o crítico de mídia da Fox News, Howard Kurtz, a cobertura do caso é “marcada” pela “negligência da mídia”.
Kurtz descreveu a narrativa midiática de Kyle Rittenhouse como a criação de “um símbolo de pessoas brancas armadas e alucinadas.”
A grande mídia está negando ao povo a verdade essencial.
John R. Lott, Jr. é o presidente do “Crime Prevention Research Center (https://crimeresearch.org)” e o autor de “Mais Armas, Menos Crimes“. Até janeiro, Lott era o consultor senior para pesquisas e estatísticas do Escritório de Política Jurídica do Departamento de Justiça dos EUA.
Publicado no Townhall.
Tradução: Flamarion Daia
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DA mesma forma, o ator mediocre da Globo, Wagner Moura, em entrevista no Roda Viva da TV Cultura, inventou que morreram 600 milhões de pessoas de Covid no Brasil (aquela “enganação” calculada) e, para espanto de todo mundo, não foi questionado por nenhum dos entrevistadores.
Não foi o Wagner Moura, não consegui achar a fonte.