China: Xi Jinping quer coletivização forçada ao estilo maoísta até 2035

Por Luis Dufaur

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A histórica visita nos dias 21 a 28 de fevereiro de 1972 do presidente americano Richard Nixon (na foto, à dir. do genocida Mao Tsé-Tung) abriu as comportas das riquezas e tecnologias ocidentais para o agigantamento atual da China.

Como foi explicada aos marxistas chineses essa abertura ao odiado capitalismo americano?

Disso se encarregaria o divinizado pai do comunismo chinês Mao Tsé Tung. Mao sempre fixou como objetivo posicionar a China como potência mundial dominante.

Mas todas as tentativas marxistas fracassaram clamorosamente fazendo por volta de 80-100 milhões de mortes, segundo os pesquisadores.

Mao então pregou que para atingir o objetivo seria necessário enriquecer o país que se debatia na pior das misérias. Ele foi obedecido e aplaudiu a chegada de Nixon.

Há quatro décadas, Deng Xiaoping, um dos sucessores de Mao acrescentou que, na corrida rumo ao objetivo, a China comunista “deixaria que algumas pessoas se enriquecessem saindo na dianteira”.

Os investidores ocidentais ficaram encantados com essa conversão do gigante asiático ao capitalismo, embora incompleta.

E assim aconteceu. A China tornou-se a grande fábrica do mundo e a segunda maior economia planetária.

Mas, agora, o continuador da manobra idealizada por Mao, o ditador Xi Jinping, veio alertar que a tolerância da ditadura à propriedade privada – ou aparência de tal – acabou, segundo extensa reportagem do The New York Times.

Xi fez saber que chegou a hora para os magnatas enriquecidos pela manobra comunista. Agora eles terão que abrir mão de suas riquezas e compartilhá-las igualitariamente com o resto do país.

Xi indicou que o Partido Comunista pressionará empresas e empresários a sacrificarem seus bens para fazer “uma China poderosa e justa”, que, no léxico marxista, significa igualitária.

“A China é um dos piores países em termos de redistribuição, apesar de ser um país socialista” deplora Xi, enquanto lança uma enorme e constante ofensiva contra as grandes empresas e proprietários, sejam autênticos ou não.

É a campanha da “prosperidade compartilhada” que consiste numa série de medidas duras contra os gigantes da economia, da educação e da tecnologia.

Para alguns é a “Segunda Revolução Cultural”, análoga ao desapiedado extermínio de proprietários e intelectuais liderado por Mao Tsé Tung.

Alguns dos maiores ricaços chineses prometeram doar seus bilhões de dólares para instituições de caridade visando fugir do azorrague que está se abaixando sobre eles. Até o riquíssimo Jack Ma o fez. Mas não lhe adiantou de nada e conheceu a prisão.

Xi deu um basta à propriedade para retornar ao ‘antigo ideal de compartilhamento de riqueza do Partido Comunista’, leia-se a miséria igualitária.

Para Xi, a autoridade do Partido Comunista está em jogo. A paralisia trazida pela pandemia foi o momento esperado.

Faltam bons salários, multiplicam-se as reclamações pelas longas e exaustivas horas de trabalho. As famílias legalmente podem ter mais filhos, mas não os querem pois não têm como educa-los. A crise demográfica está ameaçadora.

Xi enfrenta pouca oposição, e ai de quem se opor! E ai também se as queixas se acumularem!

“Não podemos permitir que apareça um abismo intransponível entre ricos e pobres”, repete Xi como que ecoando a pregação marxista ou da teologia da libertação ocidental.

O Partido Comunista promete ao povo maior poder de compra e mais impostos para os ricos.

Mas os ricos são membros da elite que está no poder e a maioria dos chineses que pode poupar algo, o fez – e, furiosamente – para comprar uma casa como principal propriedade.

Agora ficaram sabendo que não há propriedade que valha.

O Partido Comunista não houve as indignações e promete que “esta transformação limpará toda a poeira e os mercados de capitais não serão mais um covil para os capitalistas fazerem fortunas da noite para o dia”, como ecoava a Xinhua, principal agência de notícias.

O slogan “prosperidade compartilhada” que hoje ecoa por todo lado foi cunhado por Mao Tsé Tung na década de 1950, no início da coletivização socialista que culminou no desastroso “Grande Salto em Frente” para o Comunismo.

Xi voltou a ele prometendo “progressos substanciais” para alcançar a “prosperidade compartilhada” até 2035.

O fato é que, na hora do aperto estatista, muitas empresas gigantes se estão revelando compostas por imensas bolhas financeiras de sabão.

Então, os investidores ocidentais começaram a não querer fechar os olhos para o colosso composto de tanta mentira e tanta ideologia niveladora comandada por uma discípulo do pior ditador da história chinesa.

E desde então a economia do planeta não parou de ser percorrida de medos e tremores.

 

Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional e sócio do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, é editor de vários blogs, dentre os quais o “Pesadelo Chinês“, no qual o presente texto foi publicado originalmente.

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