Vários prefeitos e autoridades locais no EUA protegeram deliberadamente os criminosos, e não bons cidadãos, nada fazendo para evitar crimes de todo tipo.
Foto: Fogos de artifício lançados pelos vândalos explodem próximo a um grupo de policiais em Washington, em 30 de maio de 2020.
(Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP via Getty Images)
A morte de George Floyd em Minneapolis em 25 de maio de 2020 pode parecer, visto pelo retrovisor, como pretexto para o caos. Ao que consta, o assassinato foi cometido por um policial branco e na sequência virou uma onda de tumultos em bairros de inúmeras cidades de porte, que foram devastadas. Lojas foram saqueadas, edifícios foram incendiados e pessoas foram assassinadas enquanto prefeitos e demais autoridades públicas locais optaram por deixar vândalos correrem soltos, catalizarem o conflito racial e protegerem os criminosos, em vez de protegerem os cidadãos que estavam sofrendo a violência. A baderna, num piscar de olhos, parecia não ter nada a ver com a morte de Floyd e tudo a ver com grupos que queriam derrubar os Estados Unidos.
No passado, integrantes da organização radical Antifa cometeram atos de violência, mas nunca haviam conseguido semear o terror nas grandes cidades. Desta vez eles tinham condições e conseguiram.
Além disso, o movimento marxista Black Lives Matter (BLM), que dava a impressão de ter desaparecido desde a eleição do Presidente Donald J. Trump que, aliás, fez mais pelas comunidades de minoria negra e hispânica em três anos do que qualquer um havia feito em décadas, reapareceu de repente, com dinheiro no bolso e bem organizado, bem no olho do furacão dos tumultos. O BLM recebeu mais apoio de prefeitos de várias cidades importantes e obteve mais popularidade ainda por atacar primeiro as estátuas de ex-donos de escravos, como George Washington e depois as do escravo que conseguiu fugir e abolicionista Frederick Douglass. Em Washington DC e na cidade de Nova York, as palavras “Black Lives Matter” foram pichadas nas avenidas em enormes letras amarelas, em Nova Iorque pelo próprio prefeito.
Esta pode ter sido a primeira vez na história dos Estados Unidos que um movimento marxista tenha recebido apoio corporativo: a Amazon, Microsoft, Nabisco, Gatorade, Deckers e outras grandes empresas americanas doaram centenas de milhares de dólares para o Black Lives Matter Global Network Foundation, agora um grande beneficiário da doação corporativa dos EUA. Muitas faculdades e universidades também se uniram para apoiar o movimento. Os curadores da Universidade de Princeton decidiram remover o nome de Woodrow Wilson da escola de políticas públicas da universidade. Eles disseram que haviam examinado a “longa e danosa história do racismo nos Estados Unidos” e que “o pensamento e as políticas racistas de Wilson o tornaram um homônimo impróprio para uma escola ou faculdade”. Chamamentos para a “#CancelYale” pipocaram nas redes sociais, alegando que o homônimo de Yale, Elihu Yale, era dono e traficante de escravos e que a universidade deveria mudar de nome. O presidente da Universidade de Yale, Peter Salovey, no entanto, salientou que não mudará o nome e esclareceu que Yale era “um nome relativamente comum naquela época”.
Também pela primeira vez, prefeitos de muitas cidades e outras autoridades locais deliberadamente protegeram criminosos em vez de protegerem os bons cidadãos e nada fizeram para evitar o quebra-quebra. A prefeita de Seattle, Jenny Durkan abandonou uma área inteira da cidade, apelidada de CHAZ, Zona Autônoma do Congresso Americano, (e mais tarde de CHOP) Ocupação Organizada do Congresso Americano nas mãos dos manifestantes e sugeriu que uma zona livre da polícia criaria um “verão de amor“, e não fez nada enquanto estupros, vandalismo e assassinatos corriam soltos. O prefeito de Portland, Ted Wheeler, permitiu por quase três meses que um distrito inteiro ficasse à mercê dos manifestantes. As câmaras municipais de Nova Iorque e Los Angeles, as duas maiores cidades dos Estados Unidos, votaram a favor de cortar drasticamente os orçamentos de suas forças policiais. A Câmara Municipal de Minneapolis foi ainda mais longe e votou a favor de extinguir toda a força policial da cidade.
A Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, em uma aparente rendição aos arruaceiros, começou o discurso se referindo ao pandemônio em Portland como: “imenso poder das manifestações pacíficas” e comparou os policiais federais que tentavam defender um edifício federal contra os saqueadores incendiários de “tropas de assalto” da era nazista.
O ex-presidente Barack Obama, ao discursar no funeral de um líder dos direitos civis, o Congressista John Lewis, comparou o presidente Donald Trump ao governador segregacionista do Alabama da década de 1960, George Wallace, que por coincidência era democrata. Ele falou sobre “policiais que pressionam os joelhos nos pescoços de negros americanos”, distorcendo os fatos. Em Minneapolis, um único policial se ajoelhou no pescoço de um único americano negro, uma vez. O policial está preso, aguardando julgamento e o abuso foi exemplar e universalmente condenado.
A ideia de que a polícia americana é “racista” vem sendo usada para justificar distúrbios e quebra-quebra. Alguns policiais podem muito bem ser racistas, mas acusar todos os policiais americanos de racismo não reflete a realidade dos fatos. As estatísticas mostram que a esmagadora maioria dos negros mortos por policiais estavam armados e eram perigosos. Além disso, às vezes os policiais envolvidos também são negros. As estatísticas também mostram que, na média, 94% dos negros mortos a cada ano nos Estados Unidos são mortos por negros. Mas muitas pessoas que falam de racismo não parecem se incomodar nem um pouco com aquelas vidas negras que foram ceifadas. Em meio às violentas manifestações, nas quais pessoas foram mortas pelos vândalos ou pelos saqueadores que usavam os distúrbios como cobertura, as principais vítimas eram negras e por vezes crianças.
Já em 2017, o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich se mostrava apreensivo quanto aos esporádicos distúrbios que estavam irrompendo, por exemplo, quando palestrantes conservadores eram convidados a discursar. Os Estados Unidos, salientou ele, “se encontram num processo de guerra civil cultural numa via de mão única… Rendição ou enfrentamento, é o nosso país que está em jogo.”
Na realidade, a situação havia se tornado “preocupante” antes mesmo da divulgação dos resultados da eleição presidencial de 2016. Consoante com o que podemos ver no relatório do inspetor-geral do Departamento de Justiça Michael Horowitz, os altos escalões do governo durante a administração Obama estavam mancomunados para impedir que o presidente Donald Trump vencesse a eleição e após a sua vitória, de incriminá-lo com o propósito de derrubá-lo.
Um dia após a eleição, manifestantes tomaram as ruas com cartazes com os seguintes dizeres: “não é meu presidente”: a legitimidade do presidente Donald Trump foi imediatamente questionada. No dia da posse, no centro de Washington DC, ocorreram violentas manifestações e atos de vandalismo.
Nas semanas seguintes, o presidente Donald Trump foi acusado, sem evidência alguma, de “conluio com a Rússia”. As falsas acusações continuaram por mais de dois anos e podem muito bem ter dificultado a administração do país. O ex-diretor da CIA John Brennan sustentava que o presidente havia “trabalhado com os russos” e o acusou de “traição“. Quando se verificou que as acusações eram infundadas, os acusadores do presidente, na esperança de afastá-lo, se voltaram para uma conversa telefônica entre o presidente Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O presidente Trump foi pintado como se tivesse “posto em perigo a segurança do país”. Seguiu-se então um procedimento de impeachment, com a acusação de violação de todas as normas. Quando o professor de direito Jonathan Turley destacou que o procedimento de impeachment é que estava violando as normas, ele recebeu ameaças de morte. O professor aposentado de Harvard, Alan Dershowitz salientou: “o Congresso querer destituir o presidente Donald Trump por abusar do Congresso seria um abuso de poder por parte do Congresso”. Mesmo assim membros da esquerda da Câmara dos Representantes continuaram com o processo de impeachment do presidente. Deram com os burros n’água.
Num esforço de subverter a eleição de 2016, realizada dentro dos moldes da lei e coagir testemunhas a “distorcerem” e prestarem falso testemunho contra o presidente Donald Trump, outros tiveram as suas vidas arruinadas ao longo do caminho.
As evidências agora mostram claramente que o General Michael Flynn, um notável general quatro estrelas e herói de guerra, foi vítima de uma trama conspiratória que o forçou a renunciar, que o arruinou financeiramente e quase destruiu sua vida. E agora ele está às voltas com uma trama do juiz com viés político Emmett Sullivan e um judiciário politizado. Embora o promotor, o Departamento de Justiça, tivessem desistido da ação após a divulgação segundo as quais grandes volumes de provas escusatórias foram retidas, o Juiz Sullivan decidiu, ilegalmente e no melhor estilo da tradição da ex-União Soviética, que ele próprio seria o juiz e o promotor que continuaria a julgar o caso que ele deveria julgar com imparcialidade. O julgamento ainda está em andamento. Carter Page, George Papadopoulos, Roger Stone e Jerome Corsi se encontravam entre outros cidadãos inocentes que também tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo.
O procurador-geral William Barr disse recentemente:
“há 30 anos eu achava que as controvérsias tinham um cunho partidário e complicado, mas não são nada comparado aos dias de hoje. As coisas mudaram fundamentalmente… a esquerda representa um partido rousseauniano revolucionário que acredita em destruir o sistema… Eles estão interessados na completa vitória política. Eles não estão interessados em entendimentos. Eles não estão interessados no diálogo, na troca de ideias… É uma religião substitutiva. Eles veem os opositores políticos… como maquiavélicos porque nós estamos no caminho deles alcançarem a sua utopia progressista…”
Conforme Barr ressaltou recentemente ao testemunhar no comissão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos: “desde quando é permitido incendiar um tribunal federal?”
Há trinta anos muitas coisas eram realmente diferentes. No entanto, as forças destrutivas, estavam em ação. Alguns escritores tentaram soar o alarme, em vão.
No livro The Devaluing of America: The Fight for Our Culture and Our Children, publicado em 1992, o ex-Secretário de Educação William J. Bennett citou o proeminente historiador democrata Arthur M. Schlesinger Jr.:
“os laços de coesão nacional da república já estão suficientemente frágeis. A educação pública deve procurar fortalecer esses laços para não enfraquecê-los… A alternativa à integração é a desintegração”.
No mesmo ano, o analista de política Martin Anderson publicou Impostors in the Temple: American Intellectuals Are Destroying Our Universities and Cheating Our Students of Their Future. “Eles fingem ensinar”, escreveu ele, “eles fingem fazer um trabalho original e importante. Eles não fazem nem um nem outro. Eles são impostores no templo. E desses impostores fluem a maioria dos males educacionais dos Estados Unidos.”
De novo, no mesmo ano, o estimado economista e comentarista social Thomas Sowell, que diga-se de passagem é negro, escreveu em seu livro: >Inside American Education: “seja flagrante ou sutil, a lavagem cerebral se tornou uma atividade importante e demanda muito tempo na educação americana em todos os níveis”.
Poder-se-ia dizer que não se trata apenas de lavagem cerebral. Há também a longa marcha dos radicais em cima das instituições americanas que foi descrita por Roger Kimball em seu livro The Long March: How the Cultural Revolution of the 1960s Changed America. Agora que esses alunos já se formaram, eles fazem parte do governo e de grandes corporações, subvertendo por dentro a cultura ocidental.
O escritor americano David Horowitz tachou o que vem acontecendo desde 8 de novembro de 2016 de “sabotagem” e escreveu recentemente o seguinte:
“Na Rotunda do Jefferson Memorial em Washington estão inscritas as seguintes palavras: ‘Jurei sobre o altar de Deus hostilidade eterna contra toda forma de tirania sobre a mente do homem.’ Essa declaração de Thomas Jefferson é o cerne da democracia que em sua fundação desempenhou um papel tão central. É por isso que a Primeira Emenda da Declaração dos Direitos é a Primeira Emenda e não a Segunda nem a Quarta nem a Quinta.
“Hoje a nossa nação está diante da mais grave ameaça de estabelecer tal tirania em toda a nossa história.”
Dr. Guy Millière, professor da Universidade de Paris, é autor de 27 livros sobre a França e a Europa.
Publicado originalmente pelo Gatestone Institute com o título ‘A tentativa de derrubar os Estados Unidos’.
Tradução: Joseph Skilnik
Muito importante para entender o que vem ocorrendo nos Estados Unidos (e por quê o Brasil deve vigiar) ás vésperas das eleições nesse (estranho) 2020.