Nunca ouvimos bem explicado o quanto custaria conter as ‘mudanças climáticas’ se é que é isso é possível.
Pois basta considerar sua imensidade de um lado e de outro lado a insignificância dos recursos humanos para lhes modificar o rumo, ainda que pareçam gigantescos.
No dia anterior ao momento em que escrevo os termômetros apontaram 38 graus na cidade de São Paulo, alguns da rua registravam mais de 40. Todo o mundo ligou tudo o que podia para se refrescar. Eu mesmo fiz isso.
De que adiantou? A natureza continuou sua oscilação térmica sem se importar com o que nós, milhões de seres humanos em imensas cidades industriais, fazíamos.
Agora, neste momento, veio a garoa e o termômetro marca 21º. Damos graças a Deus, a única coisa que há a fazer.
O caseiro exemplo destaca mais uma vez a insensatez – ou ideologia escondida – que há nas tentativas de ‘conter a mudança climática’. O que há de sensato é apenas adaptar-nos às forças ciclópicas da natureza.
Continua valendo, se é que não aumentou, o cálculo do que custaria aplicar um plano como aquele proposto pela Comissão do Clima da Austrália, para tentar deter o suposto aumento da temperatura mundial.
Ele custaria 50 vezes mais do que promover adaptações às mudanças, segundo calculou o site australiano “The climate sceptic party” após consultar diversos cientistas que demonstraram ter adotado as posições certas no debate sobre o aquecimento global.
Reduzir em nível mundial o “aquecimento global”, segundo a proposta australiana, custaria $3,2 quatrilhões de dólares ($3.200.000.000.000.000) para cada grau centígrado de aquecimento diminuído. (Toda a informação é calculada em dólares australianos, avaliado em 4,344 reais enquanto escrevemos.)
A autora de livros científicos Joanne Nova ficou espantada: “Todos esses milhões de dólares jogados no lixo!”
Para o Dr. David Evans, ex-diretor do Australian Greenhouse Office, “essa proposta só visa dinheiro [em impostos]. Nós poderíamos melhorar nossas vidas e a vida de outros em inúmeros países com o mesmo dinheiro e esforço”.
Marc Morano, editor do Climate Depot, comparou: “O senhor contrataria um seguro para sua casa que poderia custar mais do que a casa e que não lhe pagaria nada se a casa pegar fogo? Isso é o que essa proposta fraudulenta (“snake oil”) está nos oferecendo!”
Dr. Fred Singer, especialista em Física da Atmosfera e do Espaço: “Um tremendo esbanjamento não só de dinheiro, mas de recursos.”
Após ver 1,6 milhão de dólares australianos mal gastos por um órgão oficial que propôs uma maluquice dessas, o governo australiano do então premier Tony Abbott fechou a Comissão do Clima.
O plano ébrio de ideologia “verde” deveria ser financiado com impostos sobre a emissão de carbono que arruinariam o país.
Na mesma época, no Brasil, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PMBC) elaborou seu primeiro Relatório de Avaliação do “aquecimento global” no País.
O relatório brasileiro não só voltou a teses há muito abandonadas pelos mais fanáticos alarmistas internacionais. Ele também profetizou que as temperaturas médias no País se elevarão de 3 a 6 graus centígrados até o final do século!
Quantos quatrilhões seriam necessários arrancar do bolso do contribuinte brasileiro em taxas e impostos para afastar essa espalhafatosa e tétrica previsão?
Mas comissões verde-vermelhas que proliferam como fungos tóxicos nas burocracias governamentais, dos órgãos internacionais e até no Vaticano, com suas mais recentes encíclicas incluídas, não param de cogitar medos, propostas e teorias em verdade descoladas da natureza e do clima.
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Vídeo (em inglês): Adaptar-se às mudanças climáticas seria 50 vezes mais barato do que tentar evitá-las
Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional e sócio do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, é editor de vários blogs, dentre os quais o “Verde, a cor nova do comunismo“, no qual o presente texto foi publicado originalmente.