Espiões islâmicos se infiltram no Ocidente para aterrorizar os cristãos
Por Majid Rafizadeh. Publicado em 12 de setembro de 2017.
Arquivo MSM.
Mahmoud Alavi, ministro da Inteligência do Irã, se vangloria de ter espiões e lobistas agindo nos EUA.
A persistente perseguição, encarceramento, assassinato e tortura de não muçulmanos já estão devidamente documentadas e com visibilidade diária. Mais especificamente cristãos, judeus, yazidis, curdos, hindus e baha’is são vítimas sob o domínio islamista. Esta questão requer atenção e correção, mas não é a única ameaça que vem desses países tirânicos e atores não estatais.
Organizações islâmicas estão despachando seus agentes para além-fronteiras, para o Ocidente, particularmente para os EUA, a fim de monitorar, ameaçar e aterrorizar os não muçulmanos.
Recentes relatos que chegam dos campos de refugiados europeus indicam que agentes e espiões extremistas, inclusive oriundos de um dos mais poderosos governos islamistas, o Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC), se infiltraram na Europa, em parte para monitorar os cristãos, especificamente aqueles que fugiram de sua terra natal por temerem ser torturados, encarcerados e perseguidos.
Os líderes do IRGC e seus serviços de inteligência têm frequentemente se vangloriado acerca dos agentes e espiões que eles mantêm em Washington, DC e em outras capitais do Ocidente. Os principais coligados do IRGC são a elite da Força Quds e os paramilitares Basij, grupo ideológico de paramilitares.
Uma das principais missões do IRGC, assim como de outras entidades islamistas, conforme estipulado na constituição do Irã, é salvaguardar valores islâmicos e revolucionários (incluindo princípios antissemitas e antiamericanos) em seu país. A outra missão central, que também é claramente estipulada na constituição, é exportar a ideologia islâmica do Irã e propiciar contínua e ativamente a infiltração e expansão dos valores islâmicos nos quatro cantos do mundo. É por isso que o IRGC criou uma força especial, a Força Quds e os paramilitares Basij, anunciando publicamente a missão de se envolver em operações extraterritoriais – religiosa, ideológica, militar e politicamente.
É fundamental ressaltar que a missão islamista das organizações muçulmanas radicais em todo o mundo não se limita à sua cidade, país ou região. Isso porque eles não reconhecem os sistemas de estado nação “feitos pelo homem”. Eles não reconhecem fronteiras nem governos. Eles acreditam que o mundo inteiro, desde a sua criação, é na realidade a possessão divina do Islã. Eles acreditam que os países, particularmente os governos ocidentais, tomaram suas terras dadas a eles por Alá, eternamente pertencentes ao Islã. E que os não crentes injuriaram seu Deus, Alá, deturpando Moisés, Abraão e Jesus para criarem falsas religiões, como o judaísmo e o cristianismo. Eles acreditam que é sua missão sagrada recuperar, custe o que custar, tudo – o universo – que eles acreditam ter sido tirado deles.
Pode fazer parte do “custe o que custar” ataques suicidas que massacrem centenas, até milhares de pessoas, incluindo muçulmanos. Interminável incitamento à violência contra estranhos e vizinhos e todas as maneiras disponíveis de manipular o poder de influência.
Os espiões islamistas geralmente vêm ao Ocidente, particularmente aos EUA, usando as mais variadas formas de disfarces, entre eles se encontram a busca pelo estudo, pesquisa ou para fins relacionados à saúde. Eles têm em vista determinadas embaixadas dos EUA, universidades, centros de pesquisa e hospitais para obterem o visto. Muitos apontam que esses indivíduos também procuram a assistência e o patrocínio por intermédio de bens do regime iraniano nos EUA para facilitar o processo. A capacidade deles de se apresentarem como candidatos ideais para a ajuda cria a ilusão de segurança. No entanto, as intenções podem ser a de provocar destruição.
Mohsen Dehnavi, por exemplo, foi há pouco deportado pelos inspetores de alfândega dos EUA. Acontece que Dehnavi era um agente militar iraniano, membro ativo e do alto escalão dos paramilitares Basij. Anteriormente ele foi chefe do órgão estudantil dos paramilitares Basij na Universidade Sharif do Irã. Leal ao Aiatolá Khamenei, líder supremo do regime iraniano, recebeu pessoalmente presentes de Khamenei.
O eterno slogan dos paramilitares Basij é “Morte aos Estados Unidos” e “Morte a israel“. Um membro dedicado dos paramilitares Basij acompanhará de perto os não muçulmanos e fará de tudo para agradar o líder supremo islamista. Não há ato de violência grande demais para os Basij. Os que cometem assassinatos são considerados heróis da sua fé. Os Basijs e o objetivo do IRGC são a violência e a destruição de qualquer um que não acredite no que eles acreditam.
Como é que esse homem conseguiu obter um visto americano?
Em uma medida, ao mesmo tempo rara e surpreendente, os inspetores de alfândega dos EUA não aceitaram automaticamente o visto norte-americano do iraniano como luz verde para entrar nos EUA. Se não fosse pelo interrogatório e um olhar mais minucioso em seu background, ele estaria operando livremente nos EUA – com consequências que poderiam ter sido trágicas.
A pergunta que não quer calar é: quantos da mesma laia já se encontram operando livres e desimpedidos nos EUA, como os agentes do IRGC afirmam reiteradamente? Um extremista muçulmano paramilitar Basiji, como Dehnavi, foi encarregado da missão de salvaguardar os valores islâmicos, reprimir os dissidentes e monitorar de perto os não muçulmanos, principalmente os cristãos. Quando Dehnavi foi barrado no aeroporto de Boston, muitos agentes do regime pró-iraniano nos Estados Unidos recorreram a várias medidas, inclusive apelar para a grande mídia esquerdista visando assegurar sua entrada nos Estados Unidos. Eles inventaram uma falsa narrativa de injustiça e descreveram este agente militar do alto escalão dos Basijis como um homem inocente que deveria ter o direito de entrar nos EUA. Seu objetivo era manipular os corações dos americanos, para que se dispusessem a lutar pela causa deste homem e acolhê-lo de braços abertos para o país que sua organização jurou destruir.
Mediante a infiltração ininterrupta e gradual, as organizações islamistas criam paramilitares e aliados islamistas. A entrada para os EUA de agentes islamistas, espiões e simpatizantes de instituições extremistas, como o regime do Irã ou da Irmandade Muçulmana, não deve ser vista de forma leviana, ela deve ser monitorada de perto em diferentes níveis por agentes, consulados e embaixadas dos EUA. Ter um currículo fantástico, uma bolsa de estudos ou um cargo acadêmico de uma instituição americana ou mesmo afirmar que desertou de uma organização islamista não significa que seja seguro dar um visto a alguém e permitir que ele entre no país. Além disso, como no caso acima, inclusive ter um visto não quer dizer que inspetores de alfândega devam deixar de investigar – de perto e meticulosamente – o background de uma pessoa outra vez.
Caso contrário, a intenção de entrar no país certamente aumentará – exponencialmente.
Dr. Majid Rafizadeh é presidente do International American Council on the Middle East. Ele é um cientista político iraniano-americano formado em Harvard, consultor de negócios e autor de “Peaceful Reformation in Iran’s Islam“. Para contatá-lo envie um e-mail para Dr.Rafizadeh@Post.Harvard.Edu
Publicado no site do Gatestone Institute – https://pt.gatestoneinstitute.org
Tradução: Joseph Skilnik