Canadá: O Comboio pela Liberdade contra a tirania covidiana

Por Leonardo Figueiredo

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Milhares de caminhoneiros canadenses iniciaram viagem no último sábado, 22, e chegarão hoje, 29, à capital do país, Ottawa para uma semana de protestos contra ações tirânicas do governo do atual primeiro-ministro Justin Trudeau.

Em tweet de 27 de janeiro, Trudeau afirmou que trabalhará remotamente durante 5 dias após descobrir ter tido contato recente com o vírus. Essa declaração encorajou o movimento dos caminhoneiros pois muitos acreditam que Trudeau ficará longe do parlamento por medo dos manifestantes. Trudeau foi vacinado três vezes e o resultado do teste para COVID foi negativo, o que, em certo sentido, reforça a tese de que ele não precisaria se ausentar e o faz por medo.

No perfil Instagram do comboio lemos:

“O mundo inteiro estará nos assistindo e verão a covardia de nosso primeiro-ministro, que foge enquanto seu país colapsa”.

O movimento
Trata-se de um protesto por liberdade. Segundo as palavras dos organizadores:

— É hora de encerrar os excessos políticos;

— Nosso governo está implementando regras e decretos que estão destruindo as bases de nossos negócios, indústrias e meios de subsistência.

Resumo da estratégia: Caminhoneiros vão para a capital do país, Ottawa, e estacionam seus caminhões em via pública ou circulam em torno de prédios governamentais, buzinando por uma semana, impedindo os funcionários públicos de se concentrarem. Os organizadores não especificam o que farão depois dessa semana nem as atitudes que tomarão caso suas reivindicações não sejam atendidas. A expectativa é de que esse movimento tenda a crescer e seja copiado em outros países, principalmente em países com forte tradição em protestos de caminhoneiros.

Embora não haja uma lista oficial de reivindicações, é comum ver cartazes e vídeos em que caminhoneiros exigem o fim das vacinas obrigatórias em todo o país.

O início do comboio acontece uma semana após a implementação, em 15 de janeiro de 2022, de uma nova regra que obriga caminhoneiros não vacinados a fazer quarentena quando voltarem dos Estados Unidos. Hoje, 160 mil caminhoneiros canadenses fazem rotas Canadá-Estados Unidos e essa regra impossibilita o trabalho de cerca de 20 mil desses motoristas. O mercado canadense, sobretudo no inverno, é altamente dependente de mercadorias de toda sorte, que entram diariamente no país em caminhões através das fronteiras com os Estados Unidos, muitos deles vindos do México, a maioria destes, transportando alimentos.

O Canadá vive hoje a maior inflação dos últimos 30 anos e muitas mercadorias começam a ficar escassas nas prateleiras, sendo assim, é quase unânime a opinião de que esse é um péssimo momento para tirar caminhões das estradas. Apenas membros do governo parecem ver sentido nessa medida. Os argumentos contrários em relação à eficácia dessa medida são: (1) Caminhoneiros efetuam pouquíssimo contato com outras pessoas durante seus longos trajetos, e (2) ao que se sabe, pessoas vacinadas transmitem o vírus tanto quanto os não vacinados, portanto, a medida não teria eficácia alguma do ponto de vista de controle ou erradicação do vírus, o que a tornaria, aparentemente, uma punição ou retaliação contra quem não se conforme as exigências do governo federal.

Muitos caminhoneiros postam nas redes sociais vídeos em que afirmam terem tomado três doses e dizem protestar contra os decretos autoritários, e não contra as vacinas.

As rotas do comboio
O destino do comboio é a capital do país, Ottawa, na província de Ontário. Os caminhões seguem quatro rotas centrais com pontos iniciais nas províncias de Columbia Britânica, sul de Ontário, Quebec e Terra Nova. Essas rotas cruzam a parte mais povoada do país, cobrindo de leste a oeste. As rotas estão traçadas com horários e pontos de encontro de forma a possibilitar a todos chegarem juntos ao destino final.

Os primeiros caminhões partiram do ponto mais distante na província de Colúmbia Britânica no sábado, 22 de janeiro de 2022 e chegarão a Ottawa no próximo sábado, 29. Essa rota cobre aproximadamente 4.900 quilômetros e receberá caminhões vindos de pontos intermediários ao longo de todo o trajeto.

Esse comboio provavelmente será o maior comboio da história, superando largamente o comboio egípcio de 2020, considerado o maior até hoje.

Variadas estimativas calculam um total entre dez mil e cinquenta mil caminhões até o fim da semana.

Cobertura da mídia
Durante os primeiros dias muito pouco foi noticiado. A estratégia aparentemente segue a mesma, ou seja, calar, abafar e ignorar toda voz contrária a qualquer medida arbitrária que seja tomada “em nome da ciência”. No início da semana, alguns poucos jornais e sites noticiaram a existência de um movimento de forma a minimizar seu tamanho.

Facebook e Instagram fizeram o que já era previsto, e alguns grupos de suporte ao movimento foram banidos ou tiveram suas publicações reduzidas.

Uma campanha de arrecadação foi criada no GoFundMe para arrecadar dinheiro em suporte aos caminhoneiros, a ser usado em alimentação, transporte e combustível. Foi aí que a tentativa geral de abafar o caso começou a ruir — em 13 dias de campanha os valores doados ultrapassaram seis milhões e meio de dólares canadenses através de mais de oitenta e seis mil doações.

Ontem, sexta-feira, 13º dia de campanha, doações chegam ao ritmo de cem mil dólares por hora. Jornais que noticiavam um pequeno movimento com pouco suporte nacional não conseguem mais esconder o que está acontecendo; é mentir demais — até mesmo para jornalistas da mídia mainstream – continuar a dizer que se trata de um movimento de alguns poucos caminhoneiros que pegou a estrada e conta com pouco suporte entre a população.

O suporte ao grupo pode ser visto através dos milhares de relatos em vídeos e fotos que são constantemente publicados nas principais redes sociais. Pessoas e grupos se organizam para montar postos de (1) apoio visual onde pessoas se reúnem com bandeiras, cartazes e sinais sonoros em forma de apoio aos comboios que passam, (2) postos de entrega de alimentos e doações para os motoristas e (3) carros pequenos que se juntam aos comboios para ir até o destino final ou para acompanhá-los um nas rodovias promovendo buzinaços.

Uma pesquisa de imagens na internet pelo termo “freedom convoy 2022” pode mostrar o tamanho da adesão ao movimento. É possível ver milhares de pessoas nas ruas e rodovias mesmo sob neve no pico do inverno canadense em uma semana em que a temperatura desceu a 30 graus negativos em algumas regiões.

 

Leonardo Figueiredo é analista de sistemas de informação e comunicação e vive em Quebec, Canadá, onde se dedica ao estudo dos mecanismos funcionais de mentes patologicamente manipuladoras.
facebook.com/explicandonarcisismo

 

2 Comentários
  1. Ituano Diz

    Ótima matéria, parabéns. Moro em Toronto e posso afirmar que o Comboio da Liberdade tem o suporte da maioria do país.

  2. Lucas Altieres Diz

    Conheci o site através do Visão libertaria. É muito bom saber que existe um site de noticias isento de interesses, já logo de cara vejo a noticia sobre o comboio do Canada que a mídia quer tanto abafar

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