“Igreja da Eutanásia”: no fundo inconfessável do ambientalismo radical
Por Luis Dufaur.
Andando pelas ruas, é frequente bater os olhos em novas igrejas das mais inesperadas denominações, em sua maioria de inspiração evangélica ou de cultos e práticas orientais, mas nos arraiais ambientalistas radicais surge de vez em quando alguma seita ainda mais inesperada. É o caso da Igreja da Eutanásia, fundada no ano de 1992 em Boston, EUA, por Chris Korda.
Antinatalista, transgênero e vegana, Chris, nascida em 1962, é sobrinha-neta do magnata húngaro Sir Alexander Korda, muito conhecido na indústria cinematográfica britânica, e filha única do renomado escritor e romancista Michael Korda, antigo editor-chefe da rede de livrarias Simon & Schuster.
O dogma fundamental de sua igreja é único, muito simples e de acordo com as crenças verdes radicais: “Salva o planeta, suicida-te”!
Essa igreja verde se autodefine como “associação sem fins lucrativos cujos esforços se encaminham para restabelecer o equilíbrio entre os seres humanos e as demais espécies da Terra”, noticiou o jornal “El Mundo” , de Madri.
Dito equilíbrio planetário só seria possível com uma redução voluntária e massiva da população humana.
Parece uma singularidade de alguns exaltados, tenho recolhino em meu blog abundantes testemunhos de arautos do antinatalismo verde que ocupam altas posições no establishment político-midiático, possuem fortunas enormes e são recebidos com sorrisos nos ambientes vaticanos impregnados pela encíclica Laudato Si’.
A nova religião – não é tão nova assim – tem quatro pilares. O Islã tem cinco, mas nenhum é tão extremista quanto os desta:
Ei-los: 1) suicídio; 2) aborto; 3) canibalismo e, por fim, 4) a sodomia, entendida como qualquer ato sexual não reprodutivo.
Essas normas estão resumidas num só mandamento, exibido no alto de sua página web: “Não procriarás”. Não incluímos o link em virtude do conteúdo altamente pornográfico de algumas de suas páginas.
A homepage do site da “Church of Euthanasia” inclui um demagógico contador do crescimento da humanidade: seus dígitos progridem a quase quatro novas unidades por segundo.
demagogia é fácil e, comenta “El Mundo”, poderiam ser acrescentados contadores das espécies que desaparecem, das árvores que caem, do desmatamento no Brasil, do aquecimento global, do aumento do nível dos mares, etc., etc.
O culpado por todos esses males apavorantes é um só: o ser humano e seu desejo de ter filhos!
“Estamos presenciando a extinção massiva das espécies. A cada hora desaparece uma. Se formos falar das florestas tropicais úmidas, o ritmo de desaparecimento se multiplica por quatro”, sentencia a “pastora verde” Korda.
Nessa base, a Igreja da Eutanásia prega uma cruzada de cruz invertida em nível global contra todas as formas de crescimento além do humano: o econômico e o tecnológico, por exemplo.
Não só os humanos precisam ser dizimados em proporções que nem Hitler, Stalin ou Mao sonharam, mas os que ficarem devem adotar um nível de vida análogo ao pré-histórico.
A verborragia anti-humana tem muito eco no jet-set planetário, especialmente quando se volta contra a fonte desses “males”: o Deus da Bíblia e os ensinamentos cristãos.
Esses põem o homem no centro da Criação e o definem como feito à imagem e semelhança de Deus, medida, por isso mesmo, de todas as coisas e que governa todo o criado.
A “pastora verde”, ou vermelha, pelo sangue derramado, reconhece que de imediato sua guerra está perdida. Com tais absurdos não poderia ser diferente.
Mas ela tem um segundo objetivo por baixo de suas espalhafatosas e inverossímeis pregações. Korda explica:
“Não podemos impedir que os humanos matem a Terra, mas podemos fazer que se sintam culpados por isso. E podemos convidá-los a se inculparem não tendo filhos, consumindo o mínimo possível e, finalmente, se suicidando”.
Leis que aprovam a eutanásia até quando solicitada por crianças já vigoram em países como a Holanda, onde é uma causa de morte em contínua ascensão.
Os membros dessa congregação se sentem bem interpretados quando são qualificados de a primeira religião “anti-humana”, como já o fizeram pertinentemente vários polemistas cristãos ou simplesmente humanistas.
A reverenda Korda esclarece que sua congregação não exige de seus membros o suicídio, mas sim que acalentem pensamentos suicidas.
E se o membro vier a praticar esse crime e pecado “que brada ao Céu e clama a Deus por vingança”, converte-se automaticamente em santo.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas do World Trade Center, essa igreja espalhou um vídeo combinando imagens pornográficas com outras em que mostrava impactos assassinos de massa com fundo de música eletrônica composta pela “pastora”.
Até 2003, o site distribuía um manual de instruções especificando passo a passo como se suicidar asfixiando-se com o gás hélio. Ele foi tirado do ar após um homem de 52 anos fazer uso da fórmula e o grupo verde religioso sofrer uma tempestade legal.
A pergunta mais óbvia faz rir a reverenda: por que ela não se suicidou?
Ela acredita que tem uma missão evangelizadora que é mais importante: difundir a palavra de sua “religião” e conscientizar os homens.
Alguns os qualificam de seita suicida, outros de meros provocadores que querem chamar a atenção.
Mas, o certo, diz “El Mundo”, é que eles funcionam como um “ministério da propaganda” de um movimento que vai muito além de suas estreitas paredes e está bem instalado nas cúpulas da “cultura da morte”.
A “solução final” está passando gradual e dissimuladamente em leis nacionais, recomendações da ONU ou do Parlamento Europeu, bem como em declarações internacionais tipo Acordo de Paris sobre o clima.
A máxima autoridade da Igreja da Eutanásia resume sua tarefa:
“Minha meta é passar ideias profundamente subversivas e antissociais. Isso só se faz usando os recursos da sociedade de massas.
“Em certa maneira, minha tarefa é convencer-te de que a causa é boa. E convencer-te até o ponto de fazer meu jogo e passar estas ideias para uma porcentagem crescente de público.
“Se eu conseguir te persuadir, terei êxito. Mas, pelo contrário, se achares que isto é uma charada ou uma brincadeira, eu terei fracassado na minha causa”.
Quantos que seguem as ideias da moda, com formulações vagas ou sentimentais, estão caindo no jogo, quiçá sem sabê-lo, dos apóstolos do suicídio de massa.
Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional, é sócio do IPCO e webmaster de diversos blogs, dentre os quais o “Verde, a Cor Nova do Comunismo” –https://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/.
Publicado em 28 de agosto de 2018.