Vai uma vacina russa aí?
Por Luis Dufaur
Se a vacina chinesa já não era uma proposta suficientemente afrontosa…
O Kremlin divulga dados pouco ou nada confiáveis sobre a expansão da crise do Covid-19 na Rússia. Um vídeo do dia 25 de outubro em Novokouznetsk, cidade siberiana de 550 mil habitantes, feito por um funcionário do necrotério do hospital revelou a dimensão desse ocultamento e foi divulgado pela revista francesa “Le Point”.
O celular entra em uma primeira sala de “desinfecção” onde se discerne uma máquina de lavar. Mas após poucos passos os cadáveres se amontoam em um corredor, embrulhados em sacos plásticos de lixo e o funcionário tenta abrir caminho.
“Podemos até cair”, diz, “temos que andar sobre cabeças”. Em outra imagem, dois pés esguios de jovem ou mulher com meias coloridas saem de uma bolsa. “Lá, é a sala de autópsia”, fala ele. Esta sala também está cheia de tampas de plástico colocadas às pressas sobre as mesas ou no chão.
Outro vídeo exibe um morador à procura de um ente querido nos porões do hospital nº 12 de Barnaul (625 mil habitantes), ao sul de Novosibirsk. Os corpos estão empilhados em sacolas. O homem enfurecido exclama: “E pensar que somos informados que só há 13 mortos em toda a região!”
Os hospitais provinciais são denunciados por sua degradação e falta de equipamentos enquanto os números oficiais têm aumento alarmante atingindo mais de 1,7 milhão de casos.
Mas o Kremlin nega imperturbavelmente a degradação do sistema de saúde. “O atendimento médico é muito mais estável aqui do que em outros países avançados”, garante o porta-voz Dmitri Peskov.
Ele pouco liga para o fato de que 91 deputados da Duma contraíram o vírus (incluindo 38 internações). Tampouco importa que em São Petersburgo, a diferença entre mortes oficiais e cremações realizadas ande pela casa dos milhares.
Vladimir Putin se diz contra o confinamento e delega o assunto às autoridades regionais. Em Moscou, os idosos não podem usar ônibus ou metrô. Também foram privados de meios de transporte públicos mães com famílias numerosas, inválidos e bolsistas.
Os estabelecimentos de saúde estão saturados. Um vídeo feito no Hospital Regional de Tomsk mostra uma longa fileira de doentes, a maioria mulheres idosas, deitadas nos corredores, em macas ou bancos, enquanto uma enfermeira registra comodamente os que vão chegando.
Nas províncias, as ambulâncias giram de hospital em hospital durante horas antes de poderem deixar seus pacientes.
Em 27 de outubro, em Omsk, duas ambulâncias tiveram o acesso negado a todos os hospitais da região.
Após dez horas de perambulação, os dois veículos desembarcaram um septuagenário e um octogenário no Ministério da Saúde.
Foi necessária a intervenção da polícia para resolver o caso e finalmente encontrar duas camas, acrescenta a revista“Le Point” a esta longa sucessão de cenas de filmes de terror.
Em Rostov-on-Don, 20 pacientes morreram por interrupções no fornecimento de oxigênio. Em Chelyabinsk, a explosão de um suprimento de oxigênio gerou um incêndio que consumiu dois andares e forçou a evacuação de 150 pacientes com o coronavírus.
Os cadáveres de várias cidades ficam acumulados em Novokouznetsk e Barnaul, onde as autoridades locais se confessam culpadas pela falta de médicos para autópsias e pela impossibilidade legal dos parentes cuidarem de seus mortos.
Mas o Kremlin, continua afirmando que “a situação é muito mais estável do que em qualquer outro país”, sublinha com ironia “Le Point”.
Muitos altos funcionários imitam o conto da filha do presidente Putin, incluindo o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, explica “Le Point”.
A cada dia se torna mais óbvio que a vacina russa, denominada Sputnik V, não cumpre suas promessas.
É uma farsa que deixa a comunidade científica sem palavras. Incluindo na Rússia. “Esta violação das normas internacionais visa atender às ambições geopolíticas do presidente”, denuncia Anastasia Vassilieva, chefe do sindicato Aliança dos Médicos.
Moscou afirma estar recebendo encomendas do Brasil, México, Índia e Arábia Saudita por um total de 1,2 bilhão de doses, a serem produzidas localmente.
“Fazemos isso com total transparência”, disse o embaixador russo na União Europeia, Vladimir Chizhov, “sem preferência e sem conexão política ou econômica”.
Essas belas palavras escondem um plano, observa a revista francesa: obter o monopólio da vacina nos países em desenvolvimento.
A Sputnik V custa para decolar. O biólogo italiano Enrico Bucci deu o alarme na prestigiosa revista médica britânica The Lancet, tentando provar a eficácia da vacina.
O nível de anticorpos era perfeitamente idêntico em alguns dos 76 doentes que foram submetidos a diferentes fórmulas moleculares. 38 especialistas enviaram uma carta à revista apontando irregularidades estatísticas.
A produção da vacina russa é limitada e desorganizada. Em Moscou, de 60 mil voluntários apenas 700 foram vacinados.
A Sputnik V perde terreno para vacinas chinesas destinadas a países subdesenvolvidos que a Rússia quer conquistar.
O jogo chinês é uma afronta para a Rússia, cuja vacina não passa pela supervisão da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, explica Hossam Hosni, chefe do comitê científico egípcio, um dos países que recusou a proposta russa.
(N.doE.: Dado o comportamento da OMS ao longo da farsa toda, a situação de quem aceita a vacina chinesa, caso do Egito, não parece também ser lá muito melhor.)
Nem se sabe se Moscou conseguirá vacinar sua própria população, tamanha a desconfiança do povo na Sputnik V.
“Os professores foram ameaçados de perder seus cargos se não aceitarem serem vacinados com ela”, disse a chefe da associação dos médicos, Anastasia Vassilieva.
“Nós médicos sabemos que poderemos ter algumas surpresas desagradáveis com esta vacina dentro de dois ou três anos”, acrescentou Vassilieva.
Do blog Flagelo Russo, do jornalista e escritor Luis Dufaur.
Dinheiro e poder acima de tudo, essa “”pandemia”” consolidou o roubo e descaso mundial, tudo em nome dessa guerra cultural que poucos entendem, os globalistas avançam sem freio.