Foto: Igreja destruída na série de atentados anticristãos ocorrido no Sri Lanka em abril de 2019 (Stringer/Getty Images).
Poucas horas após o assassinato brutal de três pessoas na basílica de Notre-Dame em Nice, França, motivado de forma inegável por ódio anticristão, jornais e websites como Metrópoles e UOL, entre outros, tentaram negar a natureza anticristã do crime e politizaram a declaração do presidente Jair Bolsonaro, que dirigiu palavras de solidariedade à família da brasileira que estava entre as vítimas.
A jornalista Luciana Lima, em matéria do Metrópoles, pôs aspas no termo cristofobia acusando Bolsonaro de tentar usar o caso para respaldar seu recente discurso na ONU, quando alertou o mundo sobre a realidade da perseguição anticristã.
No portal UOL a palavra cristofobia também apareceu entre aspas. Na tentativa de criar uma narrativa negacionista, afirmou-se que cristofobia seria “um termo ideológico”. A matéria, não assinada (portanto os responsáveis são os editores-chefes do veículo), fez referências ao filósofo Olavo de Carvalho:
Cristofobia (ou “crentefobia”) é um termo que se tornou comum entre os defensores da ideologia conservadora, sobretudo os que se dizem seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho. No ano passado, a Câmara dos Deputados realizou em plenário uma sessão solene em combate à cristofobia protagonizada por parlamentares bolsonaristas e olavistas.
Nas linhas seguintes, contudo, eles mesmos citam os dados que lançam por terra todo o negacionismo concernente à fúria anticristã em escala global, mostrando o quanto os cristãos são perseguidos:
A ONG Portas Abertas tem monitorado perseguições contra cristãos ao redor do mundo e todo ano produz uma lista com os países mais afetados pela cristofobia.
Segundo dados da Portas Abertas, em 2018, eram 245 milhões de cristãos perseguidos no mundo, seja pela família, a comunidade, por religiões extremistas e governos. Em 2020, o número subiu para 260 milhões.
Os cinco países mais perigosos para adeptos da fé cristã em 2020 são Coreia do Norte, Afeganistão, Somália, Líbia e Paquistão.
Em setembro, após o discurso do presidente Bolsonaro na ONU alertando quanto à situação, grandes jornais chegaram a acusá-lo de estar promovendo “fake news”. No mesmo UOL, o colunista Rodrigo Pacheco chegou a afirmar que “Cristofobia” é erro, falsidade e ofensa em nome de projeto de supremacia:
“Trata-se de uma narrativa criada em torno de uma mentira, que tem sido cada vez mais imposta como verdade. No fundo, estamos lidando com um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã”.
A saída “clássica” é usada pelo veículo: “Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.” Mas pelo acúmulo de declarações similares de colunistas, repórteres e jornalistas, não parece restarem muitas dúvidas aos leitores quanto à defesa, da parte do UOL, de idéias perigosas, falsas e, estas sim, condicionadas ideologicamente, acerca de um bem documentado quadro que inclui violência no nível do genocídio, contra seguidores da religião mais perseguida do mundo: o cristianismo.
Já a BBC, em matéria escrita por Leandro Machado, e reproduzida pela site G1, da Globo, afirma que o Brasil é um “país é laico e secular” (isso sempre aparece assim que alguém se pronuncia na condição de cristão, vale observar) e que “ninguém morre por ser cristão no Brasil”, o que, segundo o jornalista, não justificaria a abordagem do tema da parte do presidente Bolsonaro. Machado também quis usar como argumento o fato de que o Brasil não está entre os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.
Com os exemplos acima, percebe-se que o atentado, a brasileira cristã assassinada e os dados alarmantes da perseguição anticristã não sensibilizam a classe jornalística. Os recentes incêndios criminosos a igrejas no Chile também já sumiram da memória dessa gente. Basta tocar no assunto que a reação dos serviçais da grande mídia é de fúria uníssona. E confirmam a importância do alerta dado na ONU pelo presidente brasileiro.
A cristofobia enquanto objeto de pesquisas e livros
Foi publicado no Brasil recentemente a obra ” Cristofobia: a perseguição aos cristãos no século XXI”, escrita por Luis Antequera, jurista espanhol. O livro analisa a perseguição aos cristãos em diversas partes do mundo e aborda as variadas formas em que a cristofobia se manifesta. Analisando a história recente, Antequera deixa evidente como a rapidamente, em alguns países, um ambiente de hostilização verbal, cultural e social logo transformou-se em séries de arbitrariedades e atentados violentos contra igrejas, comunidades e indivíduos cristãos. O livro pode ser adquirido clicando aqui.
Com informações de Estudos Nacionais.